Que a origem da crise se situava no facto de os governos não terem capacidade de negociar as condições da dívida já tínhamos percebido; que isso se devia ao facto de lhes ter sido retirada a capacidade de imprimir dinheiro também já tínhamos percebido; o que não sabíamos era onde exactamente estava escrito que devia ser assim. Este vídeo explica: no artigo 123 do Tratado de Lisboa.
terça-feira, janeiro 03, 2012
O artigo 123 do Tratado de Lisboa
Que a origem da crise se situava no facto de os governos não terem capacidade de negociar as condições da dívida já tínhamos percebido; que isso se devia ao facto de lhes ter sido retirada a capacidade de imprimir dinheiro também já tínhamos percebido; o que não sabíamos era onde exactamente estava escrito que devia ser assim. Este vídeo explica: no artigo 123 do Tratado de Lisboa.
Note-se que não
se tratará de uma originalidade deste tratado – na primeira versão do vídeo, um
pouco mais detalhada, diz que já vem do Tratado de Maastricht e de uma lei
francesa de 1973 (não sei se está correcto).
Há pois uma
enorme ingenuidade (ou esperteza...) neste artigo. O preço deve resultar duma
negociação entre as partes e é este princípio liberal básico que é aqui violado
porque assim os Estados ficaram sem qualquer capacidade de negociação. E se eu
sugiro que o artigo 123 pode ser uma esperteza em vez de uma ingenuidade é
porque a estratégia básica das financeiras consiste em criar situações em que a
outra parte perde capacidade de negociação – é por isso que os bancos estão
constantemente a “oferecer” empréstimos aos seus clientes. E é isso que é feito
com este artigo 123.
Portanto, há que
encontrar uma nova redacção a este artigo, que devolva aos Estados capacidade
negocial adequada. Alguém tem uma sugestão?
Este é apenas um
dos dois problemas fundamentais que vão levar o caos à Europa do Euro. No próximo
post veremos o outro.
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7 comentários:
Os meus agradecimentos ao UFO, que indicou este vídeo.
Vejam no youtube que se vê melhor
Temos que dar uma volta a este mercado financeiro.
antonio
Eu ainda ando a ver se o entendo... parece que as suas regras são mais secretas que as duma maçonaria..
Hello. And Bye. Thank you very much.
Hello. And Bye. Thank you very much.
O poder político governativo nunca usou, do ponto de vista jurídico, o compromisso do Luxemburgo que diz que prevê que os Estados podem derrogar às regras europeias se consideram que o seu “interesse vital” está em causa.
Esta cláusula foi utilizada por certos países europeus (o Reino Unido, a Polónia, a República Checa) para recusar a aplicação da Carta dos Direitos Fundamentais integrada no Tratado de Lisboa.
Petição pública:
http://www.peticaopublica.com/?pi=P2013N38162
João Guerreiro.
É verdade e não só isso. Todos os países têm defendido como podem a sua soberania no plano económico, nomeadamente os Estados não fazem compras ao estrangeiro a não ser com contrapartidas - ou seja, não pagam em euros, pagam em bens. E só quando de todo não podem resolver o assunto internamente. Todos o fazem e explicam para quem os quiser ouvir como é que organizam os concursos públicos para serem ganhos pelas empresas nacionais. Os nossos governantes têm feito exatamente o contrário. Porquê? Uma das explicações é que cá as elites detestam o povo, detestam os portugueses, querem é sentir-se "europeus". O Durão Barroso é um bom exemplo, não é?
Até derrogativas que a CE atribuiu a Portugal sobre a necessidade de fazer concursos públicos internacionais em áreas onde a nossa indústria precisava de mais protecção foram rejeitadas!
Já assinei a petição
Abraço
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