quarta-feira, maio 30, 2007

Quem lê, entenda


Todo o Sul de França se encontra agora em chamas, estando em curso a maior evacuação de pessoas jamais realizada em território europeu. A conferencia de Paris vai aprovar medidas drásticas de combate ao aquecimento global. Às 20 horas apresentaremos uma reportagem exclusiva sobre os últimos desenvolvimentos, logo a seguir à habitual conferência de imprensa dos líderes mundiais.
- Desliga isso, já nada do que a televisão diz nos pode interessar. Tens os últimos resultados do nível de metalicidade do Sol? – perguntou, impaciente, o mais velho.
O outro baixou o som do televisor e respondeu desinteressadamente - Que interessa isso? Já passou do nível crítico, vai ser antes do próximo máximo, nem é preciso telescópio para ver as manchas ao longo de todo o equador solar...
- Desculpa, claro, é do stress. Esta espera dá-me cabo dos nervos.
- O quê, estás farto de esperar? – o mais novo, na casa dos trinta, pele morena denunciando as suas origens latinas, soltou sonora gargalhada, atirando a cabeça para trás com gosto.
Um leve sorriso descontraiu um pouco a face tensa do outro – Realmente... é um bocado ridículo... estar a desejar que aconteça...
O jovem ficou então sério – Estamos mesmo decididos, não é verdade? – perguntou com uma voz saída do fundo dos pulmões e da alma também.
- Eu estou. Este observatório tinha por finalidade descobrir isto atempadamente; como chefe dele, estou como o comandante de um navio que se afunda. A tua decisão é que não me parece muito racional.
- Mas é, podes crer... embora... – riu-se novamente – embora nós sejamos homens de fé e não de razão! – outra sonora gargalhada rematou a frase. Mas curta; subitamente sério, o jovem continuou – quero testemunhar o que vai acontecer, quero estar nas mesmas condições de toda a gente que vai sofrer isto na pele. Se o fizer, e se sobreviver, poderei ajudar. Agora, se for lá para baixo com os outros e sair do abrigo depois da explosão, qual será a minha moral para enfrentar as pessoas? Dirão: sabias que isto ia acontecer e não nos avisaste?
- Os grandes líderes não são da tua opinião... estas vídeo-conferências deles... percebe-se que estão a fazê-las de abrigos... há mais de um mês que estão dentro de abrigos... os seus assessores devem ter concluído que avisar a humanidade iria causar mais pânico e mais estragos do que a própria explosão... optaram por continuar a culpar o dióxido de carbono; assim, depois podem dizer que não sabiam de nada...
- Pois, conclusão muito cómoda para eles.
- Não os podemos criticar pois não? A opção do Papa não foi, no fundo, a mesma?
- Sei lá... preferiu apoiar esses grupos que anunciam que a cólera de Deus se vai abater sobre os infiéis e os pecadores... Assim, depois, pode dizer que a Igreja bem avisou que o braço de Deus iria punir a humanidade – o braço do jovem moveu-se no ar mas conteve-se no momento de bater no braço da cadeira.
- Parece cruel, mas isso pode garantir a continuidade da Igreja após a catástrofe. E as pessoas vão precisar mais do que nunca de acreditar num Deus. Os sobreviventes vão pensar que foram eleitos por Deus para serem salvos, e essa fé dar-lhes-á forças... e bem irão precisar delas...
- Talvez tenhas razão mas eu não sou político, sou um cientista jesuíta.
Os dois homens calaram-se. Os olhares estavam fixos no écran, onde imagens de incêndios, fome e conflitos se sucediam. Finalmente, o chefe quebrou o silêncio.
- Esta estupidez do aquecimento global e do dióxido de carbono... comentou entre-dentes.
- Realmente – concordou o jovem – como é possível um disparate destes ter-se mantido tanto tempo! Combater o frágil dióxido de carbono, o gás vital da vida, como é possível tal nível de imbecilidade!!! – agitou-se, tinha ali um tema que lhe permitia dar algum escape à sua adrenalina de jovem. O mais velho já sabia o que se seguiria, e procurou acalmá-lo – Foram os interesses, não te exaltes, interessava a toda a gente, os governos criaram novas taxas, novas indústrias floresceram, os ecologistas ganharam protagonismo, as pessoas tinham uma explicação para tudo o que corria mal e a quem culpar... os ricos ficaram mais ricos, e a culpa foi para toda a gente e para o dióxido de carbono...
-... pois, e os cientistas que apoiavam a teoria ganhavam fundos – acrescentou inconformado o jovem jesuíta.
- O financiamento sempre foi o grande problema da Ciência.
- A Academia Linceana já foi fundada por causa disso... acrescentou o jovem com um ar tão longínquo como a Academia Linceana. Subitamente agitou-se - Eu estava a esquecer-me de algo que te quero dizer a propósito da tua decisão de “ires ao fundo com o navio”. Tu não tens a minha idade, dificilmente sobreviverás, não vejo a utilidade da tua decisão. E tu não te podes considerar responsável por só recentemente termos descoberto o fenómeno das expulsões estelares. Há que séculos que tentamos descobri-lo! Para isso é o Vaticano apoiou o Copérnico e o Galileu, para isso é que tem a maior colecção de meteoros do Mundo, para isso é que tem este observatório no Monte Graham, um dos melhores observatórios ópticos do Mundo, como já o eram o de Tucson, o do Castelo Gandolfo e anteriores. Há mais de mil anos que andamos a tentar entender a “personalidade de Deus”, como eufemisticamente dizemos. Ou seja, que andamos a tentar entender que fenómeno é este de que falam as escrituras e que as pessoas chamam de “fim do mundo”. Não és tu, ou eu, ou qualquer um de nós o responsável de o não termos conseguido, fizemos tudo o que pudemos. Aliás, não está escrito que ninguém sabe quando ocorrerá, nem o Filho? Se o tivéssemos descoberto estaríamos a contrariar o que está escrito!
- Deve ser por isso que o Vaticano já anda há bastante tempo a divulgar a ideia de que o braço de Deus vai escaqueirar isto tudo... ou não acreditava que descobríssemos, ou já sabia doutras fontes, ou jogou pelo seguro...
- Isso é bem visto... desde Fátima, não é?
- Pois, ouve – com ar calmo e seguro pôs a mão sobre o braço do jovem, tentando transmitir pelo toque a certeza que o animava - eu entendo a tua visão de homem de Fé e confiante numa Sabedoria Superior. Mas eu sou obrigado a ter uma visão mais pragmática. Era nosso objectivo descobrir a tempo. Cabe-me a mim a última responsabilidade e seria impensável reservar-me uma sorte diferente da das outras pessoas.
- Agora está tu a ser romântico em vez de pragmático. Encontras justificações para os responsáveis políticos safarem a sua pele mas não as queres para ti. Afinal, mesmo que nós não o tenhamos descoberto a tempo, houve quem o fizesse, não te esqueças...
- Sim, mas ele deu um passo grande demais para a ciência, que se move em passinhos curtos. Mas nós, que não temos as limitações da Ciência, que sabíamos do fenómeno, deveríamos tê-lo entendido. Acho que no fundo, ao fim de tantos séculos de pesquisa, já duvidávamos que o fenómeno pudesse voltar a acontecer...
Os dois homens mergulharam em silêncio profundo. O jovem ainda ruminou – pois, mas a ciência também sabia que existe um fenómeno que de vez em quando causa extinções maciças e desde o fim do século XX que se sabe que não é um meteoro nem é a actividade vulcânica... deveriam ter prestado mais atenção ao assunto...
O silêncio envolveu de novo os dois homens. O écran mostrava imagens da conferência de líderes, que os dois olhavam sem ouvir.
- O Sol já se pôs – comentou com ar casual o jovem – os outros devem estar a aparecer.
- Sim – concordou num sopro o velho jesuíta, quase sem mover os lábios, os olhos nas imagens do écran, o olhar muito distante. De repente disparou – tu ainda tens aquela ideia de que estas explosões determinam um salto evolutivo?
- Claro! – o jovem sorriu-se – tudo isto são dores de parto. A seguir virá a próxima geração de humanos. Isso também está escrito... homem de pouca fé!!!
Um ligeiro sorriso iluminou suavemente a face cansada do mais velho. Talvez tivesse razão, talvez tivesse de ser assim...

18 comentários:

antonio ganhão disse...

Assustei-me! Por momentos pensei que você tinha virado discípulo de Al Gore. Com a tendência que os europeus têm para consumir todo o lixo mediático que nos chega dos EUA.

Mas não, saiu-me um ensaio entre José Rodrigues dos Santos e Dan Brown.

A ideia, como sempre é brilhante pôr um homem de Deus (e de entre estes, os considerados mais cultos e mais abertos), Jesuíta, a aceitar estar nas escrituras o anúncio da evolução das espécies, e portanto do aparecimento de uma nova humanidade, ou seres dominantes.

O aquecimento global como pano de fundo, para dar o lado científico da coisa, serve os que acreditam em Deus e os que acreditam na energia pura (ou algo parecido).

Mas. É preciso que compreenda, embora tenha havido uma grande convergência mediática sobre João Paulo II ela resultou mais, de uma feliz coincidência do que duma abertura mediática da Igreja. Embora não se encontre vestígios disso na imprensa, JP II, foi nalgumas áreas bastante conservador: veja a forma como lidou com a teologia da libertação.

Por outro lado, acredite que na essência a Igreja trata da salvação dos homens e não da sua punição (embora algum clero possa preferir a segunda versão), isso percebeu-o Dan Brown, por isso as figuras de topo da Igreja são muito bem tratadas. Pôr o Papa a apoiar visões escatológicas sem a manifestação de Cristo, ou seja sem a Sua segunda vinda é um erro catequético que lhe pode custar o desinteresse de muitos.

Que possa surgir uma corrente de católicos fundamentalistas que pretendam pressionar o Papa, já cola: os fundamentalistas rapidamente se esquecem daquilo que é o essencial na sua fé: a salvação e a última vinda de Cristo; perante isto, a perspectiva da terra derreter não deveria assustar ninguém. Reveja o papel que vai dar ao Papa. Culpe os fundamentalistas, ninguém gosta deles. (E é verdade nem ao Filho isso foi revelado, andamos a ler a Bíblia?)

Finalmente: começar com pânico ou com uma morte, é condição fundamental! Mas não revele logo o que é que os cientistas estão à espera e não deixe que o leitor perceba que alguém tem uma explicação: é essa busca que prende o leitor.

Quando for dado ao leitor a ideia do que se vai passar, a história corre o risco de arrefecer, então lance a perspectiva teológica da evolução das espécies, sem cair em heresias, mas distorcendo algumas coisas q.b., para que ninguém fique realmente ofendido. (Dan cometeu algumas imprecisões históricas quanto à irmandade do Priorado do Sião, que jurou defender o Santo Graal, o suficiente para que os que se julgam seus herdeiros não lhe caíssem em cima (literalmente).

1ª lição de como ser Dan Brown concluída.

Patrícia Grade disse...

Eh lá,
Ó Alf, então andamos nós a gastar o nosso tempo em laboratórios de escrita criativa e a tentar descortinar explicações xpto que ninguém entende, para tu teres guardado no armário um amigo que sabe isto tudo e não dizias nada?
Ó António, vai-me desculpar, mas em poucas frases resumiu o trabalho de praticamente um ano...
E esta descrição do trabalho de Dan Brown está excelente!
Quero mais, quero mais!

alf disse...

Meus estimados comentadores, há um pequeno equívoco nos vossos comentários. Este post não é uma fantasia, não é um romance à Dan Brown. É tudo verdade, não inventei nada. Apenas o tempo disto não é o presente, é um pouco mais no futuro. E porque é no Futuro, as interpretações que fizeram, baseadas no que conhecem do presente, podem estar algo equivocadas. Uma segunda leitura, atenta aos detalhes que terão desprezado por não encaixarem bem no que pensam saber, poderá começar a dar-vos outro entendimento. Isto não é o enredo dum livro, é apenas um episódio de algo muito mais complexo. E é uma amostra do que se pode descobrir quando se viaja ao futuro, afinal é isso que este blogue propõe. E é essa a finalidade deste post: como poderia eu gerir este blogue se não mostrasse que se pode ir ao Futuro?
(para os cépticos: houve tempos em que se pensava que conhecer o passado era uma impossibilidade; não foi fácil a vida dos primeiros arqueólogos)

antonio ganhão disse...

Alf, da próxima vez serei mais brando nas minhas críticas... não precisa de ficar envergonhado.

Enquanto não abro a minha escola, aqui vai mais uma pequena achega: do último diálogo, retiraria todas as referências ao salto evolutivo, mas manteria a parte da fé, das Escrituras e do parto. O leitor ficaria a pensar, que aquilo de que as pessoas fugiam era diferente do que resultaria deste parto esperado e revelado por Deus...

Alf, toda a ficção é uma viagem ao futuro, pois só no fim dos tempos teremos a certeza de que se tratou realmente de ficção.

alf disse...

António, a sua última frase é muito interessante... estou a ver que a sua escola vai ter sucesso!

A catástrofe que vai acontecer é um fenómeno físico. Que já aconteceu muitas vezes e se não fosse esse fenómeno os planetas nunca se teriam formado. Se esse fenómeno tem pequenas ou grandes consequências na evolução da vida, não faço ideia.

Como já disse, eu não inventei nada neste texto. Pode investigar e ver que é tudo verdade. A foto é do observatório astronómico onde isto se passa. Ele existe, é real, como o são os jesuitas. Eu não decidi inventar Jesuítas, são eles quem gere este observatório. Não há, por isso, nada a pôr ou a tirar, isto é simplesmente uma notícia, não posso alterar a notícia a meu prazer.
Quando eu publicar o meu livro tudo ficará claro... espero eu!

Obrigado por estes, como sempre, estimulantes comentários - para mim e para quem nos lê.

Anónimo disse...

Já estás a levantar poeira, querido Alfredo...

Como dizem por aí... sem o Quixote saber... "Ladran Sancho. Señal (de) que cabalgamos".

Estou ficando cada vez mais entusiasmada com a ideia de ler teu livro...

Uma notícia não dá pra pôr ou tirar alguma coisa...
Custa a imaginar? ... não... o homem é bem capaz de não acreditar num burro comendo perante ele...

Não tinha imaginado,é que os jesuítas eram verdade... Muito digno deles... por algo foram expulsos da América... ainda bem que continuam na mesma...

Bj

antonio ganhão disse...

Isto está cada vez mais interessante: o que é que a Igreja anda a fazer num observatório científico? E ainda por cima não é "a" Igreja mas os Jesuítas...

O que é que um cientista não crente, espera de um parto cosmológico, que leva os Jesuítas a seguir de perto?

Existe algo que nos foi escondido? Em que textos está escrito o que vai acontecer?

alf disse...

Nada do que se diz no post é por acaso. A começar pelo título. E contém todas as pistas que é necessário para chegar à verdade. Mas nunca é fácil entendermos uma realidade diferente da que presumimos. Muito diferente.

antonio ganhão disse...

Meu caro, um leitor é como um viciado na montanha russa: ele quer ser chocalhado, acelerado, travado a fundo, imaginar a descida que se segue àquela subida lenta... não é o final que lhe traz o gozo, mas a caminhada.

Não nos interessa a verdade, mas o caminho até ela.

alf disse...

Bom conselho, bom conselho... quando abre a sua escola?

bruno cunha disse...

Viva.
É interessante ver que no teu blog a política e a economia andam sempre lado a lado com uma futura calamidade mundial, como se tudo fosse 1 prenúncio bem fundamentado sobre o que irá acontecer se o mundo não mudar os seus pilares actuais (leia-se capitalismo progressivo e abrangente e global).
Enfim, eu como sou 1 bocado pessimista tenho 1 bocado de receio de que em breve o nosso mundo esteja todo em colapso (se é que já não está!)...
E ando eu a escrever sobre merdunças viradas para os umbigos das pessoas...
LOL

alf disse...

Eu penso que a humanidade faz um grande esforço para um mundo melhor. Há dois tipos de problemas pela frente e é sobre eles que eu pretendo falar. E esses dois problemas vão exigir o melhor de nós para serem ultrapassados. E, como sabes, nós, humanos, funcionamos mal se o nosso umbigo não estiver bem. Por isso, o que tu fazes é muito importante. É que nem só de pão vive o Homem...A Feira do Livro, há bocado, estava cheia de gente, alguns com malas para carregar os livros, apesar do miserável desconto de 20%...
Manejas a mais importante das ferramentas humanas. Continua, que sem tu e as pessoas como tu é que isto se afundava.

Fátima Lopes disse...

Alf,

Acredito em tudo o que disse aqui. Talvez as minhas fontes não sejam as mesmas mas tudo o que diz encaixa no que eu fui descobrindo. Por vezes sinto-me instigada pela mesma ânsia de comunicar a minha intuição. Também eu penso escrever um livro mas falta-me muitas vezes a coragem e determinação necessárias. Depois há também a questão da sobrevivência. É que por muito preocupados que estejamos com o futuro da humanidade é preciso continuar a assegurar a nossa sobrevivência pessoal. Conjugar ambos nem sempre é fácil. Desejo-lhe o máximo sucesso na sua "empreitada" que não é pequena e espero vir a conhecer o seu livro.

Bem haja

Rui leprechaun disse...

Ena! Literatura de suspense... p'ra escrever um romance! :)

E se este conhecimento fosse assim apresentado em forma de ficção?! ;)

Hummm... então é mesmo disso que fala a tal passagem do Evangelho de São Marcos?! Isso é muito interessante e tem lógica, sim...

Já agora, e como os jesuítas fazem parte do enredo, também tenho outro filósofo Alfredo jesuíta p'ra partilhar o segredo! ;)

Mas nesses dias, depois daquela aflição, o Sol vai escurecer-se e a Lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do céu e as forças que estão no céu serão abaladas.

Fala-se então aqui de um fenómeno natural, o tal Evento... Ora bem, isto logicamente faz sentido e não tem nada de místico, na nebulosa acepção dessa palavra.

Ora eu que sou um coca-bichinho disto tudo não me lembro de ter lido nada a este respeito, ou seja, ligar estas profecias dos fins do tempo a fenómenos catastróficos naturais e, de certa forma, previsíveis na sua manifestação cíclica.

Ao que até agora tenho lido aqui, tudo isto tem a ver com o Sol-Rá, mai-las as misteriosas manchas e a sua oculta oscilação... e a incógnita expulsão, qual magma do vulcão!

Mas que tem tudo isto a ver com o império cristão...

Rui leprechaun

(...e esse velho pastor, do qual troça a razão?! :))

Rui leprechaun disse...

Olha aqui a Rosa Azul...

...desses jardins lá do sul! :)

Isto assim está a agradar... já tenho Três Graças para namorar:

uma Laura, uma Patrícia e a Esperança do Sol brilhar!

Assim sendo, o grande Evento...

Rui leprechaun

(...é um triplo casamento! :))


PS: E a novela cor de rosa...

...supera a trama horrorosa! ;)

Rui leprechaun disse...

Olha, não se pode comentar no blog do António... mas que elitista! :)

Bem, assim sempre se livra de pragas de Gnomos... que nem os gafanhotos do Egipto, isto só visto!!! :D

Mas já que o Alf de novo fala nessa misteriosa Academia Linceana, deixo então aqui o meu frustrado comentário ao tema Será possível atravessar o deserto?.


Mau, cada vez percebo menos!

Então se são as árvores que produzem o oxigénio que respiramos, como é que a Amazónia não contribui para a quantidade de oxigénio existente no nosso planeta?

E o que há de errado em dizer que a Amazónia é o Pulmão do Mundo, afirmação que me parece sempre ter ouvido desde pequeno?!

Certo que as plantas libertam Oxigénio a partir da decomposição do Dióxido de Carbono, no ciclo da fotossíntese, mas em que é que isso invalida as tais afirmações aqui contestadas?!

Mas que grande confusão... isto já para não falar na ignota Academia Linceana - será na Malcata? ;) - da qual não encontro nenhuma referência... isto é que é uma insciência! :)

Bah! mania destes sábios confundirem um pobre ignorante...

Rui leprechaun

(...pois cada vez menos sei, olha... adiante! :))

alf disse...

leprechaun

Quanto há Academia do Lince, é nem mais nem menos do que a que é considerada a mais antiga academia científica do Mundo e a sua história está ligada a Galileu, ao papa da época e ao vaticano

http://www.lincei.it/

O Oxgénio existe em quantidades astronómicas na Terra - 20% da atmosfera; 200g por cada cm2 da superfície terrestre.

O ciclo biológico faz-se em torno do CO2; mas o CO2 é ´menos de 0,04%! Portanto, a influencia da vida nos teores de Oxigénio do planeta é nula ou quase.

A origem biológica do Oxigénio é aliás um dos grandes disparates que já referi no post sobre a «catástrofe do oxigénio»

(é um pouco como dizer que somos nós que produzimos a chuva com a respiração... porque expiramos vapor de água...)

Rui leprechaun disse...

Esta é boa! Mas isso é aldrabice matemática... ó meu mestre de Lisboa! :)

Ou seja, ora vamos lá ver se estou a encaixar o puzzle direitinho...

Sendo assim tão diminuto, o CO2 é muito pouco relevante no ciclo do oxigénio - ainda não li esse post - embora seja fundamental no ciclo da vida vegetal, via fotossíntese.

Ou ainda, mesmo que as plantas desaparecessem continuava a haver oxigénio de sobra e daí ser incorrecto dizer que a Amazónia é o "pulmão do mundo", porque com ou sem ela o oxigénio não vai faltar.

Quer então isto dizer que só uma pequena parte do gás da vida se liga a outros elementos oxidando-os, como é o caso do CO2 e diversos metais, etc. Mas uma vez que cerca de 20% da atmosfera é composta de oxigénio, essa outra percentagem usada nas reacções químicas de oxidação é pois desprezível.

Homessa! Isto assim parece fácil demais e estranhamente simples! E assim sendo, então de certa forma o CO2 é ainda bem mais importante para a vida, porque muito mais raro e sem ele não existe a fotossíntese vegetal!

Bem, mas se os tais cálculos estão certos, esse gás até está a aumentar na atmosfera e talvez chega aos 0,055% lá para finais do século.

Conclusão: a importância das plantas no ciclo do oxigénio é quase desprezível, mas o papel do CO2 no ciclo vegetal esse é fundamental!

Ah! espera... Mas como tudo na natureza é sempre um equilíbrio dinâmico, se as plantas verdes desaparecessem o nível de CO2 forçosamente aumentava, certo? Já que são elas que o decompõem em oxigénio livre, aproveitando o carbono para a síntese da glicose (isto fui ver à Wiki, claro!)

Ora então, o que aqui se discute é se o aumento da concentração do CO2 atmosférico pode ou não desempenhar algum papel importante no suposto aquecimento do planeta, via efeito estufa, independentemente de tal se dever ou não à actividade humana, que parece ser mais isso que divide a comunidade científica.

E aí é que vêm as nuvens e o seu efeito de termostato no clima, essa parte eu já li e percebi... espero!

Hummm... mas será mesmo tudo assim?... coça a tola a formiga no capim!

Eu sei lá! Um diz sim, outro talvez e outro não...

Rui leprechaun

(...eu quero é borga e fugir desta confusão! :))


PS: Sobre a Linceana, só um pequeno aparte para dizer que, segundo o tal livro da "História dos conflitos entre a religião e a ciência", houve ainda uma academia anterior, mas que teve vida breve. Eis a citação no Cap. XI - A ciência em relação com a civilização moderna:

La primera sociedad para promover el estudio de la ciencia fue la Academia "Secretorum Naturae", fundada en Nápoles por Bautista Porta, y disuelta, como cuenta Tiraboschi, por las autoridades eclesiásticas. La "Linceana" fue fundada por el príncipe Federico Cesi en Roma...