quarta-feira, abril 12, 2006

...Imagine que um vórtice temporal o fazia recuar 1000 anos no tempo...(vá lá imagine, já se sabe que isso é impossível) ... agora tente explicar às pessoas dessa época recuada coisas que aprendeu neste futuro a que pertence ... riem-se de si, não é verdade?... como? querem queimá-lo(a) na fogueira? regresse criatura, regresse!!! ahhh, não pode .... chiii, que tragédia...Desculpe...

Outro exercício de imaginação: que aconteceria se alguém do ano 3000 viesse para aqui e tentasse transmitir seus conhecimentos ? Não, não seria queimado na fogueira ... (quer dizer, depende do ponto do Mundo em que estivesse...) ... mas seria ricularizado ....se ele dissesse coisas diferentes do que afirma a ciência oficial, quem acreditaria nele?

- dirá quem lê: que estúpidos exercícios de imaginação! Que interessa imaginar coisas impossíveis?


Surpresa: mas quantas vezes aconteceu isto já! Não foi esta, na essência, a situação que enfrentaram Copérnico, Galileu ou Newton (para citar só casos bem conhecidos) ? O ser humano reaje violentamente contra todos os que ponham em causa o seu paradigma da realidade.

- O ser humano não, foi a Igreja, pá! - dirá quem lê.

Tonto. Foi, e é, o ser humano, que usa as organizações que pode usar na perseguição dos revolucionários do conhecimento, dos que questionam as "verdades" aceites. Copérnico foi quase toda a vida protegido pela Igreja. De quem ele tinha medo era dos Matemáticos, como ele próprio afirmou. E Galileu? Conhece o nome de algum cientista da época que tenha defendido Galileu? Claro que não. Os cientistas da época estavam muito ocupados a pressionar a Igreja para que o calasse.

- Mas não foi o Papa que condenou Galileu, já velho e quase cego, a prisão domiciliária?

Acha? Ou foi antes o Papa que garantiu a Galileu, já velho e quase cego, casa, comida e a assistência de uma filha, dando-lhe as condições de que necessitava para escrever a sua obra máxima, que iria transportar a luz do seu conhecimento até Newton?

... Newton que disse que se soubesse os trabalhos em que se ía meter quando tentou divulgar os seus conhecimentos nunca o teria feito.

Cada uma das grandes e pequenas figuras do nosso conhecimento teve de inventar as suas estratégias para conseguir legar as suas descobertas à geração seguinte (não à sua própria geração, ninguém o conseguiu; Planck, numa frase famosa, afirmou que isso era impossível)


- Ah Ah Ah ri-se quem lê: - Ai não? Então o Einstein? A sua Teoria da Relatividade não foi amplamente reconhecida no seu tempo?

Surpresa caro leitor. Em nenhuma escola deste vasto mundo é ensinada a versão do Einstein. O que é ensinado é a versão que dela fez um matemático chamado Minkowsky.

O que fez Minkowsky? Algo muito importante. Inaugurou uma nova era na metodologia científica. Estabeleceu uma teoria matemática em cima de um raciocínio simplório, obtendo as equações certas, as obtidas por Einstein. Desde então, toda a Física passou a ser feita desta maneira: teorias matemáticas apoiadas em hipótese e raciocínios simplórios!!

A Teoria da Relatividade foi obliterada pela versão Minkowskiana. O erro crasso é que o facto de se obter as equações certas não prova que as hipóteses de partida estejam certas.

Einstein tentou mostrar como este caminho é errado. Disse a famosa frase: "Deus é subtil mas não malicioso". Subtil, não simplório. Mas como é que uma frase subtil como esta podia ser entendida pela mentalidade simplória que avassalava a Física? Não podia, não foi e não é.

A metodologia "matemática-simplória" (batizei-a de matlória) tem vantagens para lidar com dados observacionais. Permite enquadrar os resultados em equações. Mas não é geradora de conhecimento, pois a quantidade de informação contida num conjunto de resultados observacionais é a mesma que é contida nas equações matemáticas da teoria respectiva. Para cada novo resultado é necessário acrescentar um novo parâmetro às equações. É por isso que de cada nova observação em física atómica resulta a "descoberta" de uma nova partícula, ou de cada nova observação cosmológica resulta a "descoberta" de coisas como a "matéria negra" ou a "energia negra". Coisas cujas propriedades são impossíveis de definir, que são impossíveis de observar, que só existem lá muuuito longe (no céu?). Parece mais bruxaria do que Física, não parece?

O que é grave nisto? Sabe o que distingue o Futuro do Passado? Não, não é o relógio, nem o calendário. É o Conhecimento!! Os fenómenos físicos obedecem ao Relógio mas o nosso percurso é balizado pela evolução do nosso conhecimento. Um extraterrestre que aqui chegasse, vindo duma civilização mais avançada, seria o mesmo que alguém vindo do Futuro. Da mesma forma, viajarmos para o Futuro segundo o Relógio ou aumentarmos o Conhecimento equivalem-se.


Neste Blog vai realizar-se uma viagem ao Futuro.

(não com uma máquina do Tempo, mas com uma máquina de desbravar o Desconhecido).

O drama da matlória é que nos está a reter no passado - com ela o nosso conhecimento aumenta apenas ao ritmo das observações novas. E isso não chega. O relógio do Mestre Relojoeiro, que marca o Tempo do Universo, marcha inexoravelmente e nós estamos a ficar para trás.

A Física encontra-se hoje em vários becos por causa da matlória. O que começa a ter consequências importantes em áreas que afectam o nosso dia a dia. Por exemplo, sabia que o dióxido de carbono é mais raro na atmosfera terrestre que o Argon? Que a quantidade actual é apenas cerca 0,03% ? Que é um gás que a quimica do planeta retira em grandes quantidades da atmosfera? Mas sabe certamente que é um gás vital para a vida na Terra (sem ele não há plantas). A sua falta tem consequências catastróficas para o planeta!! No entanto, foi este gás ... frágil e precioso ... que os cientistas (não todos..) elegeram como inimigo, culpado do "aquecimento global"!!! Baseados em quê? Em matlória é claro!!

A Matlória é a ferramenta de quem busca o COMO. É uma ferramenta que permite resultados quase imediatos, por isso se tornou quase universalmente adoptada. Os que continuam a buscar o PORQUÊ são vistos como equívocos do passado. Buscar o PORQUÊ é um processo mais longo mas é o único que verdadeiramente desbrava os caminhos do desconhecido e nos faz avançar para o Futuro.

O meu desafio é este: recorde os tempos de criança em que o Porquê estava sempre na sua boca. Faça perguntas. Não se iniba nem se limite. Não digo aquelas perguntas cujas respostas estão nos manuais, ou na Wiikipedia. Mas aquelas perguntas cujas respostas não estão na Wikipedia ou cujas respostas lhe levantam desconfiança.

De certa forma, isto é o oposto da Wikipedia: não se pretende expor o conhecimento "conhecido" mas explorar o desconhecido. Estamos virados para o Futuro, não para o passado. Não nos interessam as memórias, interessa-nos o imenso desconhecido que desaprendemos a ver. Porque está escuro. Será que, juntando esforços, conseguimos iluminarum bocadinho do imenso desconhecido?



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