segunda-feira, agosto 22, 2011
Parem de mimar os super-ricos
Como digo no post anterior, o Jogo da Economia terminaria num estoiro; isso só não acontece em duas situações:
- ou porque existe algo (supostamente o Estado) que controla o crescimento da desigualdade e a mantém a oscilar em torno do valor ótimo;
- ou porque entra em acção o Jogo do Poder e acaba com o Jogo da Economia, estabelecendo uma sociedade de Senhores e Escravos, uma sociedade estagnada neste formato.
Mostra-nos a História que, cedo ou tarde, o segundo cenário se impõe, originando um período negro na história da humanidade que pode durar séculos.
Não presumamos que os conceitos de igualdade, liberdade, fraternidade são conquistas da sociedade moderna, estabelecidos de uma vez por todas; nada disso, são conceitos antiquíssimos, dos primórdios da humanidade, repetidas vezes assumidos por brilhantes civilizações que depois sucumbiram; conceitos que foram redescobertos uma e outra vez após longos períodos de escravidão e negritude. Até a escrita já foi perdida, na Grécia e na Índia, entre o 2º e o 1º milénios A.C., tendo tido de ser reinventada.
É por isso que os grandes jogadores do Jogo da Economia, que não estão interessados no Jogo do Poder, se sentem assustados com a actual situação; eles sabem que se não forem tomadas medidas vigorosas de controlo da desigualdade, a economia vai começar a colapsar e os jogadores do Jogo do Poder vão assumir o controlo. Eles, os do Jogo do Poder, estão à espreita, esfregam já as mãos de satisfação, falam já com voz grossa, mesmo que em corpo de mulher.
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8 comentários:
A besta deste milénio veste-se de mulher.
poque é que estas coisas me deixam deprimido?
Alf,
A sua análise é completamente falsa. Tanto o Poder Político, como o Poder Mediático, como o Poder Judicial, estão nas mãos do Poder Económico e Financeiro. Aliás, são aqueles que permitem a este ir aumentando o seu Poder.
Abraço
antonio
...poético...
UFO
deprimido?
Quando comecei a trabalhar era responsável por um grande equipamento; na minha equipa havia um homem já perto da reforma (um grande profissional) que manifestava grande entusiasmo sempre que havia uma avaria; um dia perguntei-lhe, meio a sério meio a brincar: Sr...., então que entusiasmo é esse com as avarias que nos deixam a todos com o coração nas mãos?
Oh sr eng. - respondeu-me - com as avarias é que se aprende! Quando corre tudo bem só estupidificamos!
Por isso, estamos num momento entusiasmante, vamos sair daqui com muito melhor compreensão - vamos caminhar para sábios em vez de caminharmos para burros...
abraço
Diogo, você é um homem pós-25 de Abril, raciociona com base na sua experiência de vida; eu tenho outras experiências e raciociono com base nas minhas.
O Poder mediático e o judicial são poderes secundários, sempre ao serviço do verdadeiro poder; este pode ser Religioso, Político ou Económico
Quando mandou ou manda a Igreja, a justiça e os media estão ao serviço da Igreja; nos tempos do fascismo e das ditaduras, dos comunismos, a justiça e os media estão ao serviço do poder político; quando é o poder económico que domina estão ao serviço do poder económico.
O ideal é conseguir um equilíbrio de Poderes, dos verdadeiros poderes, do Religioso, do Político e do Económico. Só que eles estão sempre em luta e quando o equilíbrio se desfaz estamos tramados.
O Poder Económico abusou do poder, dominou o político, criou desigualdade em excesso, tramou metade da população e agora enfrenta o colapso; não vê que até os milionários franceses se juntaram ao pedido para serem taxados? Estão aflitos a assistir ao colapso do jogo económico.
Mas não podemos rejubilar com a situação, porque a falência do poder económico vai fazer emergir os outros dois e vamos parar a alguma forma de ditadura porque apenas o equilíbrio dos poderes impede a ditadura.
Temos de encontrar forma de contribuir para o delicado e instável equilíbrio dos poderes.
Obrigado pela sua colaboração, eu ando a tentar furar as brumas da minha ignorância sobre estas coisas e você tem sido imensamente estimulante e tem-me ajudado imenso nesta demanda. Que o meu estilo reguila não o faça perder a paciência...
Abraço
Alf: Diogo, você é um homem pós-25 de Abril, raciocina com base na sua experiência de vida; eu tenho outras experiências e raciocino com base nas minhas.
Diogo: Você não sabe a minha idade, meu caro…
Alf: O Poder mediático e o judicial são poderes secundários, sempre ao serviço do verdadeiro poder; este pode ser Religioso, Político ou Económico.
Diogo: Não é bem verdade. Os Poderes Mediático, Judicial, Religioso, Político, e mesmo o Económico (este, no sentido de organizações produtivas), são todos poderes secundários, todos ao serviço do verdadeiro poder – o Poder Financeiro.
Evidentemente, que este Poder Financeiro veio ganhando cada vez mais influência ao longo da História até se ter tornado quase absoluto hoje em dia. É ele que, hoje, determina a Economia, a Religião, a Política e a Justiça.
Alf: Quando mandou ou manda a Igreja, a justiça e os media estão ao serviço da Igreja; nos tempos do fascismo e das ditaduras, dos comunismos, a justiça e os media estão ao serviço do poder político; quando é o poder económico que domina estão ao serviço do poder económico.
Diogo: Nos tempos dos fascismos e dos comunismos, já era o Poder Financeiro que mandava.
Alf: O ideal é conseguir um equilíbrio de Poderes, dos verdadeiros poderes, do Religioso, do Político e do Económico. Só que eles estão sempre em luta e quando o equilíbrio se desfaz estamos tramados.
Diogo: Essa «luta» é apenas teatro para o povinho se convencer que há separação de poderes. Na realidade, todos obedecem ao Poder Financeiro.
Alf: O Poder Económico abusou do poder, dominou o político, criou desigualdade em excesso, tramou metade da população e agora enfrenta o colapso; não vê que até os milionários franceses se juntaram ao pedido para serem taxados? Estão aflitos a assistir ao colapso do jogo económico.
Diogo: Essa do Warren Buffet e dos os milionários franceses é para os ingénuos.
Alf: Mas não podemos rejubilar com a situação, porque a falência do poder económico vai fazer emergir os outros dois e vamos parar a alguma forma de ditadura porque apenas o equilíbrio dos poderes impede a ditadura. Temos de encontrar forma de contribuir para o delicado e instável equilíbrio dos poderes.
Diogo: Tal como o poder mediático (em que um fala para muitos), está a ser ultrapassado pela Internet (em que todos falam com todos), também o poder político (seja de ditadura ou «democracia representativa», em que uns decidem por muitos), vai ser ultrapassado pela Internet (em que todos decidem por todos). Sem estas duas muletas - os poderes políticos e mediáticos – o Poder Financeiro não tem pernas para se aguentar.
Alf: Obrigado pela sua colaboração, eu ando a tentar furar as brumas da minha ignorância sobre estas coisas e você tem sido imensamente estimulante e tem-me ajudado imenso nesta demanda. Que o meu estilo reguila não o faça perder a paciência...
Diogo: Meu caro, acredite no que lhe digo: enquanto você não vir os dois documentários – The Money Masters e Money as Debt (que encontra legendados em português na Internet), você nunca irá compreender a mecânica do Poder.
Abraço
Diogo
Eu vi esses documentários; ou melhor, comecei a ver, mas como são obviamente facciosos - os banqueiros aparecem logo como os «maus» etc - não gastei mais tempo com eles.
farto de documentários tendenciosos, que é o que são quase todos, ando eu; não tenho cabeça de «crente» mas a generalidade das pessoas tem, vê os documentários e depois eu tenho um trabalhão a tentar explicar como o documentário é enganador; já gastei horas nisso a respeito do mais variado tipo de documentários, desde os sobre a vida animal, aos do aquecimento global, históricos, económicos, sobre o universo, etc.
Há fontes melhores que os documentários, como a Wikipedia; lá pode encontrar um resumo desses documentários e depois tem links para artigos muito bem feitos a explicar as coisas.
sugiro-lhe por exemplo este
http://en.wikipedia.org/wiki/Fractional-reserve_banking
Abraço
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