quinta-feira, novembro 17, 2011

Já repararam?



Reparem nas medidas da Troika / Governo:

Diminuir a TSU (esta não conseguiram)
Cortar meio subsídio de natal em 2011
Aumentar o horário de trabalho (equivale a reduzir o custo da hora em 7%)
Pretendem que o corte de 14% (2 subsídios) da função pública se estenda aos privados
Cortar 4 feriados e passar outros para o Domingo (objectivo: reduzir mais 4% o custo hora, perfazendo 25% de corte no custo hora em 2012)
Reduzir o número de dias de férias (vem já a seguir)

Perguntarão vocês: não é da redução da dívida do Estado que se trata? Então porquê reduzir no sector privado? Isso causa recessão e vai fazer falir empresas que trabalham para o mercado interno, criar desemprego e aumentar os encargos da Segurança Social ao mesmo tempo que diminui as receitas do Estado; não é o contrário do que se pretende?

A resposta é: Não! Isto é exactamente o que se pretende!

Reparem: aumentar o desemprego é a melhor maneira de fazer baixar o custo hora do trabalho e não só, permitir algo também muito importante: a escravização. A escravização consiste em explorar o empregado até ao limite das suas forças. O padrão é que ao fim de dois anos o empregado esteja inutilizado para o trabalho, sendo substituído por um “fresquinho”. Isto é uma teoria e uma prática muito antiga, a duração média do escravo de 2 anos vem do tempo da escravatura dos negros e é o que ainda se aplica hoje em empresas como as consultoras. Noutras empresas desta corrente de gestão, varia entre 6 meses e 4 anos. As pessoas vão ser colocadas entre aceitar ser escravo ou morrer à fome. As pessoas da classe média pensam que isso não as afectará, não será com elas, será com os mesmos desgraçados de sempre, dos quais dizem: ah, e é muito bom que tenham quem lhes dê um emprego assim! Pois, mas desta vez vai chegar a todos.

Por outro lado, diminuir as receitas do Estado é a garantia de que ficaremos eternamente na dependência da Troika. Este é o conhecido “esquema de cantina”. A Troika só de cá sairá com uma revolução.

Já repararam que o Passos Coelho anuncia os cortes salariais e dos feriados com a mesma satisfação com que o Sócrates anunciava o aumento do ordenado mínimo? São capazes de imaginar o Passos Coelho a anunciar um aumento do ordenado mínimo?

Não são, pois não? Sabem porquê?

4 comentários:

Unknown disse...

ALF,
tudo isto é extremamente grave e preocupante. Nunca vi nada assim em toda a minha vida, e assusta-me que a grande maioria de nós aceite ser levado para o banho com gás Ziclon B, desculpa a comparação, convencido que está a ser salvo.
Que mais podemos nós fazer para inverter isto?
Tentamos alertar o Povo, mas seremos suficientes?
Não sei...

Anónimo disse...

Arame Farpado: creio que já encontrou aqui a resposta à sua pergunta:
PASSOS DEFENDE OS INTERESSES DE QUEM?
http://iralusa.blogspot.com/2011/11/passos-defende-os-interesses-de-quem.html

Não me está a apetecer viver por estes lados. Ou os Relvas, Passos e TODOS os outros se vão embora ou vou eu. Antes ou depois da revolução?
Acho que devia abrir uma época especial de caça aos coelhos e aos ratos que afundaram este barco em que viajamos. Eles são traidores a Portugal e aos interesses dos portugueses. A legitimação pelas eleições não dá para cobrir traições.
Uma coisa que circula por aí, e que nem sequer é desmentível, é que a insolentíssima (acho que é assim que se escreve em bom português) presidente aposentou-se aos 42 anos de idade, como juíz.
Recebe dos dinheiros públicos em situação imoral, legal mas imoral. Eles fazem as leis e arrecadam nos seus bolsos. Dificilmente poderá impor respeito no seu alto cargo por mais sorridente que pareça.

Acho que agora lhe cortaram um pouco nas acumulações de €s públicos.
Em suma, ela pode não ser uma vulgar 'ladra' mas que eu me sinto roubado é insofismável. Acho que se o povo soubesse também ele se sentiria como eu.
Então não querem lá ver que nem sequer é boato!

alf disse...

Arame Farpado

Creio que há cada vez mais pessoas a abrir os olhos. Portanto, o que temos a fazer é continuar.

é preciso conseguir desmistificar muito bem esta operação e é preciso propor uma saída.

Este é o meu plano de acção, outros terão outro, o que é preciso que as pessoas se vão movendo à medida que vão percebendo as coisas.

Abraço

alf disse...

Anónimo

É fácil apontarmos o dedo a A ou a B; mas, se calhar, se metermos a mão na nossa consciência, não somos muito diferentes - será que nos preocupamos em produzir para o que recebemos? Será que agimos em função do interesse colectivo? Preferimos o produto nacional ao importado? Preocupamo-nos com este sistema sempre pronto a explorar os mais fracos? Queremos que o ordenado mínimo aumente? Indignamo-nos com as condições em que tanta gente vive neste país?

A única coisa que está a acontecer é que nesta europa global nós estamos a ser colocados no papel que nos cabe... o de empregado de baixa qualificação... o sistema que foi bom para nós no nosso mundinho pequenino é agora mau para nós num mundo alargado porque passamos de «importantes» a «insignificantes»...

Ou seja, precisamos doutro sistema... e não podemos pensar que são os que beneficiam deste que vão alterar as coisas, temos de ser nós.

Deu-me para a Filosofia hoje rsrsr

abraço