sábado, agosto 27, 2011
O maquiavélico plano Franco-Alemão (1)
Nota prévia
Antes de apresentar este maquiavélico plano, importa frisar que os «maus» não são os franceses ou os alemães, somos nós. Um país que tem uma taxa de abandono escolar da ordem dos 40% não é um país, é um saco de gatos; e isso é tanto mais evidente pelo facto de não levantar uma onda de indignação; mesmo a questão da desigualdade, em também somos campeões, só surge nos media por acção de alguns padres e outras pessoas que se preocupam com os casos de pobreza extrema – mas é só esta que comove as pessoas, o desigualdade em si não.
Isto reflecte uma cultura errada; em todos os países bem sucedidos, a prioridade das pessoas alinha-se assim:
1º - País
2º - Região
3º - Família
4º - Indivíduo
Ora em Portugal domina a ordem inversa; pode haver algumas alterações mas uma coisa é certa: o País vem sempre, ou quase, no fim desta escala.
A culpa não é só das pessoas, é dos governantes que nunca souberam mostrar a importância da ordem acima indicada; mas também é das pessoas porque uma das razões porque reagem tanto aos governantes é para poderem continuar a seguir a ordem inversa – grande parte da reacção ao governo de Sócrates foi movida por pessoas na defesa dos seus «esquemas» e em total desrespeito pelos interesses colectivos.
Denegrir os governantes tem sido a estratégia colectiva para justificar colocar os interesses do País, por eles representados, no fim da escala de prioridades; e o resultado disso tem sido afastar da governação as pessoas que pugnariam pelos interesses do País, embora um ou outro teimoso insista em tentar fazer alguma coisa pelo país no governo.
Quando, num organismo vivo, algumas células deixam de agir em função do interesse do organismo e passam a agir em função do seu interesse imediato, surge um cancro; o resultado é que todas as células do organismo morrem. De certa forma, nós temos um comportamento do tipo canceroso, um comportamento que não hesita em prejudicar o colectivo para benefício do individual.
Um país com 40% de abandono escolar é inviável no mundo moderno, quer pelas suas consequências directas quer pelo que isso significa em relação ao funcionamento desse país. Portugal é um país inviável. Os alemães e franceses vão fazer dos portugueses escravos e essa acaba por ser a esperança de sobrevivência para os portugueses que não emigrem.
Portanto, no que se segue, não adianta pensar que erguer a voz contra alemães e franceses vai servir de alguma coisa; a única coisa que serve é pormos o País em primeira prioridade. E não é dizer isso da boca para fora, é meter isso na cabeça de uma vez por todas. Ao dizer isto não estou a dar novidade nenhuma aos leitores deste blogue, mas estou a dar um exemplo: há que afirmar isto com clareza e em todo o lado, e há que tomar iniciativas, como o fizeram os promotores do movimento «560». Para que quem não coloca o País em primeiro lugar não possa alegar ignorância das consequências.
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4 comentários:
A verdade pode ser redentora, mas dói, e por isso demorei no comentário.
Eu tenho sido muito crítico dos governantes e chefias e com tendência a piorar.
Não seria melhor associarmo-nos aos espanhóis e criarmos uma zona mediterrânica de interesses comuns?
UFO
O que é verdadeiramente importante é que nos tornemos bons jogadores do Jogo da Economia; quando compreendermos as regras, as jogadas dos adversários, podemos então definir as nossas jogadas.
Por agora, este é um jogo em que nós nem jogamos, fazemos apenas o que os nossos adversários decidem... uma tristeza...
40% de abandono escolar dá-me garantias que o meu vizinho não me pára um Audi6 último modelo ao lado do meu Dacia Logan. Ou que quando vou a casamentos paro o carro, escondido, a dois quarteirões de distância...
antonio
é isso mesmo; o abandono escolar é assim porque convém a muita gente. É mais que sabido que o abandono escolar se combate com as creches e o pré-escolar mas é só dificuldades para as estender a toda a população; e eu sei que é de propósito porque me foi dito na cara por muitas pessoas.
Hoje, o ministro do pelouro, um jovem que anda de mota, anunciou mexer no sistema e aumentar as vagas em 20 000; tinha de ser um «ET» a fazer alguma coisa...
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