quarta-feira, abril 09, 2008

O Consumo como Partilha



Estavam à espera que o Jorge começasse a falar sobre as misteriosas propriedades da luz? Estamos todos, não é? Mas acontece que o Jorge diz que para falar da Luz quer estar numa esplanada numa bela tarde de sol! Estamos assim todos à espera que estes dias de chuva passem e que o Sol nos traga a Luz! Mas a chuva aqui nunca demora muito, não é?

Entretanto, tenho um assunto para vos falar que me parece importante. Algo que me surgiu em consequência das conversas com o Manuel Rocha, o Tarzan, o Diogo, a Pink e não só...

Vivemos numa sociedade aparentemente orientada para o Consumo. Só ouvimos falar do consumidor, dos direitos do consumidor. A ideia do “direito ao trabalho” soa a coisa arcaica, um esquerdismo ultrapassado. “Direito ao emprego”, é o que se defende, ou seja, a um ordenado, para se ter dinheiro para satisfazer o vício do consumismo.

Mas, no fundo de nós mesmos, sentimos algo que nos incomoda nesta ideia de sociedade do consumo. Há aqui algo que não bate certo.

Como referi ao Tarzan, li, há muitos anos, num livro de economia, suponho que americano, o exemplo da orquestra. Para o autor desse livro, a orquestra consubstanciava o essencial do problema da Economia.

Porque é que se constitui uma orquestra?

Nesta sociedade de consumo somos tentados a responder: para que possamos ouvir as belas peças musicais!

Só que não é assim. As orquestras não nascem por causa dos ouvintes. As orquestras nascem por causa dos músicos. Os músicos que querem tocar é que formam orquestras. Orquestras, coros, agrupamentos musicais, conjuntos de rock. Tudo nasce por haver quem queira fazer, não por haver quem queira consumir.

(às vezes tenta inverter-se, aproveitando a existência do consumidor que se criou para um determinado produto; por exemplo, “inventam-se” grupos musicais para servir o mercado da música ligeira, como as Tentações e outros. Mas nunca resulta, não é?)

Mas a produção não tem só a ver com realização pessoal ou satisfação de necessidades: o ímpeto de produzir é que move a sociedade humana. Os índios parintintins, que vivem na selva amazónica, são consumidores líquidos da esmagadora natureza. Produzir o quê em tal cenário? Mas se não vale a pena produzir, a sociedade estagna.

O mesmo pode acontecer numa sociedade ocidental. Por exemplo, em Portugal: se no estrangeiro se faz tudo, ficamos como os índios parintintins em face da selva amazónica.

É por isso que o exemplo da orquestra é importante, porque nos lembra que o problema central da Economia é satisfazer a necessidade das pessoas de fazerem coisas, porque é isso que gera a felicidade e o progresso. Evidentemente que esta é uma visão subtil da Economia; mas Deus é subtil, lembram-se?

Mas é claro que uma orquestra só faz sentido pleno se houver alguém para a ouvir. E é aqui que nasce a necessidade do consumidor. Nós, humanos, temos necessidade de nos exteriorizarmos, de fazer coisas, de intervir, de participar; mas isso só faz sentido se houver quem aprecie o que realizamos, se houver consumidores.

Como os blogues. Os blogues não surgem para satisfazer uma necessidade dos leitores, pois não? Mas se um blogue não tiver leitores, não produz realização para o seu autor.

Para que a necessidade de produzir, vital para o desenvolvimento da sociedade humana, se possa cumprir, é, portanto, indispensável criar o consumidor. A teoria económica direccionou-se para o “consumidor”. As técnicas de “marketing” assumem grande protagonismo.

Chegou-se a uma sociedade de viciados no consumo. Para saciar esse vício que alimentamos, desenvolvemos a produção em massa. Mas esta produção tem cada vez menos a ver com a necessidade das pessoas de “produzirem”, de terem um papel na sociedade.

E faz ainda outra coisa: esta produção transforma recursos em produtos que o consumo excessivo transforma em lixo. O processo produção->consumo reduz-se, em grande parte, a um processo de transformação recursos->lixo.

Criou-se assim um quadro de consumidores viciados, de consumismo desesperado em busca de uma felicidade inalcançável por essa via, e de uma produção que tende para o exagero, delapidando recursos finitos.

Quando compramos o produto estrangeiro estamos a fazer o mesmo que o índio parintintim, porque estamos a ser consumidores líquidos, não estamos a suportar a necessidade de produzir das pessoas que nos rodeiam, não estamos a contribuir para a evolução da nossa sociedade. As pessoas que nos rodeiam é que são os potenciais consumidores do que produzirmos, não é? São elas que formam a sociedade a que pertencemos, não é?

Deve haver blogues muito interessantes. Mas eu não deixo de ler os blogues dos meus amigos, ou das pessoas que, por alguma razão, estão ligadas a mim. Como prefiro ouvir os coros onde cantam as pessoas que me são próximas. Consumir deve ser um acto de partilha. Deve ser um acto útil à sociedade a que, queiramos ou não, pertencemos.

Desde que as orquestras nacionais passaram a ter metade dos músicos com nomes terminados em “ov” deixei de as ir ouvir. Uma orquestra estrangeira de qualidade excepcional faz sentido uma vez por outra, agora uma orquestra nacional “normal” que contrata sistematicamente músicos estrangeiros em vez dos nacionais é que não faz sentido nenhum. Prefiro ir ver O Bando, que é nacional e excepcional.

A sociedade do Futuro depende do nosso comportamento como consumidores. Se percebermos que nos realizamos com o que produzimos, não com o que consumimos, então consumiremos a produção daqueles que consomem a nossa e poderemos navegar no rio do progresso e sair da “selva”; se não percebermos, ficaremos como os índios parintintins, com a diferença de que seremos tornados escravos da máquina que alimenta o consumo. E nesse papel inútil embrulharemos a nossa existência.

22 comentários:

NC disse...

Boa posta!

Resposta para breve na Caldeirada.

Manuel Rocha disse...

Boa posta, ponto e virgula: excelente posta !
:)
Simplicidade e abrangência só acessíveis aos Mestres !

Discutiriamos alguns dos pressupostos ( poucos ) mas a intecionalidade, o fio condutor e a conclusão, subscrevo na integra. Gostei sinceramente de o ler neste ensaio sobre a dimensão regional da economia...e fico na expectativa que prossiga no mesmo registo para a importância dessa atitude na dimensão ambiental...:))

Fátima Lopes disse...

Bravo Alf, Bravissimo!

Por mim pode continuar a chover ;)

Pink

Diogo disse...

Caro Alf,

Você tem aqui um post curioso, mas não me parece que a tese seja correcta. Quando entro no Pingo Doce para me abastecer, não estou preocupado com a origem dos produtos. Algumas necessidades são absolutamente necessárias e outras são aprendidas, mas não me parece que estejamos a fazer o favor a quem quer que seja.

Mas esta discussão não se esgota aqui.

alf disse...

tarzan

Obrigado. Espero ansioso pela caldeirada porque este prato está feito com um só ingrediente! mas isto é só um post, não é um livro...

alf disse...

manuel, agradeço as suas palavras. Este não é um texto de um estudioso da matéria mas de um prático, é a experiência da minha vida profissional. Onde algumas coisas se tornaram mais claras depois de várias coisas que os meus ilustres comentadores têm ecritos nos seus blogues, sendo o Manuel o meu grande mestre nesta matéria.

Isto não vai ter continuação - estou só à espera do chato do Jorge eheh - mas não precisa, porque das questões ambientais fala o amigo muito melhor do que eu!

alf disse...

Pink, obrigado pela amabilidade; deliciosa essa da chuva!

alf disse...

diogo

Eu simplifiquei a análise do problema; mas vou dar-lhe uns exemplos.

O Sampaio foi a Espanha que os espanhóis deixassem os portugueses ganahr ao menos UM concurso público. Foi muito triste porque ele devia saber que os concursos feitos pelo estado visam o desenvolvimento do pais e são sempre ganhos por empresas do pais.

Os espanhois usam diversas tecnicas para o garantir, uma é que as empresas espanholas recebem os cadernos de encargo pelo menos duas semanas antes da abertura dos concursos.

Quando os americanos quiseram fazer a sua linha de alta velocidade, compraram um comboio aos franceses e outros aos alemães, os únicos fabricantes de alta velocidade da altura; a seguir desmontaram esses comboios e fizeram o deles. Não compraram mais nenhum.

Um especialista da BBC contou-me há uns anos que a BBC comprava um emissor de cada modelo que se fabricava no mundo. Um e só um. DEpois abria um concurso publico para compra d eemissores que era sempre ganho pela indústria inglesa.

(isto agora está um pouco mudado por causa das pressões de Bruxelas, de maneira que as empresas dos varios paises cruzaram participações e mercados, isto é, eu fico com o teu mercado interno disto e tu com o meu daquilo. Uma forma de evitar os males de certas teorias economicas de quem nunca esteve no terreno...)

Há muitos exemplo que lhe posso dar, tenho muitos anos disto, mas vou agora passar a um nivel mais domestico:

Há bocado quis comprar fruta numa loja na av. João XXI. Montes de fruta. Chile, Espanah França, China. China, imaginem, aquelas maçãs vinham da China!! De Portugal só havia umas bravo de esmolfe fora de época e umas peras meio escondidas. Comprei as peras.

Os chienese que produzem aquelas maçãs não pagam impostos em Portugal nem contribuem para a SS portuguesa pois não? quando eu compro fruta nacional, estou a ter um desconto oculto, porque parte do que pago vai para o estado e para a SS através do produtor. se eu não comprar, ele vai falir e vai tornar-se um encargo. Por outro lado, ele é um potencial consumidor do meu trabalho, coisa que os chineses não são.

E já pensou o que representa comprar maçãs que vêm da china com tanta maça que há aqui? A quantidade de recursos que são gastos para trazer a maça da China até aqui?

Quando começaram as telenovelas brasileiras, lembro-me de uma senhora telefonar para um programa de rádio sobre o assunto e dizer que era uma pena que não se fizessem telenovelas em Portugal. O iluminado locutor riu-se e respondeu "oh minha senhora, então alguma vez os portugueses conseguiriam fazer uma telenovela! Por amor de Deus!"

Diga-me lá: o facto de se terem passado a fazer telenovelas em Portugal foi um factor de progresso ou de atraso?

A grande diferença entre Portugal e Espanha está na atitude em relação ao que é nacionale estrangeiro; nós estamos como os indios parintintins e eles recusam terminantemente esse papel...


e estou certo que o diogo também está de acordo com o essencial disto

Patrícia Grade disse...

Meu querido Alf,

Por estes dias há o Kundera, o Pessoa, o Mário de Sá-Carneiro e... tu!

Mais uma vez não consegui passar apenas e calar, tinha mesmo de intervir.
Mais uma vez também vejo-me a discordar do Diogo, o que não é nem mau, nem negativo, apenas eu que gosto da discussão acesa sobre um tema tão interessante.
É bem verdade que a economia se globalizou e como sempre que há uma globalização, perde-se a noção do pormenor...
Eu falo por mim... esse sentimento que expressas de consumir o que é mais próximo atravessa-me sempre o espirito quando compro e até aqui nem era pelas razões economicas que apontas, era tão somente porque se o produto é nacional, ou melhor ainda, regional, o sabor é infinitamente melhor, porque apanhado mais maduro, porque da época, porque é nosso!

Sim, bela posta! Que venha a chuva! O Jorge que espere mais um pouco...

alf disse...

Indomável

Estou muito feliz por ver que os meus comentadores estão de acordo com o essencial do que aqui escrevi.

Eu sei que a grande maioria dos portugueses pensa assim, só que se assume que pensar assim é "pimba", pensar "global" é que é sábio. Mas é ao contrário. Vou dar-te dois exemplos:

1
Quando Gandi queimou os texteis importados de Inglaterra, qual foi a reacção dos operários texteis ingleses, para quem a India representava um mercado de grande importância? Aplaudiram

2
Ainda antes do 25 de Abril, a Emissora Nacional comprou uma série de emissores de Onda Média aos ingleses, numa altura em que existia uma empresa portuguesa que fabricava emissores de altíssima qualidade, mais avançados que os ingleses. Os emissores ingleses vieram cheios de papeis a dizer mal dos portugueses.

Quando compramos fruta nacional, parte do dinheiro que o produtor recebe vai para a SS e para impostos; o dinheiro que ele mete no bolso vai servir para pagar serviços ou produtos que ele nos vai comprar - o filho dele talvez precise de explicações de inglês e te contrate.

Ou seja, qd compramos produto nacional, o dinheiro circula cá dentro; ficamos mais ricos porque temos o produto e com o memso dinheiro dentro do pais

Quando compramos maçãs da China, esse dinheiro sai do país. Ficamos todos mais pobres. O Diogo compra maçãs da China e tu ficas mais pobre. O agricultor já não vai ter dinheiro para te pagar as explicações de inglês, vai falir, vai ter de ser sustentado pela SS, que tu terás de pagar.

Então devemos ter uma economia fechada? Não, mas temos de fazer acordos com os outros paises - eu compro-te isto e tu compras-me aquilo. Assim o dinheiro que sai volta a entrar.

O maior fabricante de emissores de radio e TV alemão, para vender emissores à Grécia, teve de, em contrapartida, conseguir que a Alemanha comprasse feno à Grécia no mesmo valor.


As balanças comerciais dos paises tem de estar equilibradas - o que se compra tem de ser sememlhante ao que se vende.

Em Portugal importa-se o dobro do que se exporta!!! Este disparate é euilibrado em grande parte com as remessas dos emigrantes, que são uns 4 milhões.

Este é o nosso circuito de miséria: compramos desenfreadamente ao estrangeiro e depois temos de emigrar para pagar as contas.

Isto toda a gente sabe em todo o mundo, como mostram os dois exemplo que te dei. Por isso, podes ter a certeza de que estás certa como pensas, e não deves ter receio de o afirmar; pois quem age de maneira diferente é, na prática, inimigo dos portugueses.

beijinhos e obrigado

Joaninha disse...

Alf,

Bom post, gostei, simples e directo. Acho que no fundo aquilo que falta no nosso pais é brio, brio profissional, brio patriotico. "a galinha da vizinha é melhor que a minha" é a mentalidade portuguesa e é o que provoca este nosso atraso. O que faz com o o proprio estado português veja portugal como um pais incapaz de gerar a sua propria riqueza. É triste mas é verdade. Os nossos politiquinhos, não fumentam o empreendorismos, antes esmagam-no com uma porrade absurda de impostos e papeis e burocracia infindavel e paralizante não vá um tonto qualquer achar que pode de repente começar a ter ideias;)

antonio ganhão disse...

Alf, se pdeomos recorrer a médicos, enfermeiros e engenheiros Espanhóis, porque não?

Veja as vantagens:

1- O actual sistema de ensino fica adequado às nossas necessidades.

2- Não gastamos dinheiro a formar profissionais competentes.

3- E no fim é a Espanha que lhes vai pagar a reforma.

Meu caro, o que é preciso é visão de futuro! Felizmente este governo está no caminho certo!

alf disse...

joaninha

Disseste tudo: " que faz com o o proprio estado português veja portugal como um pais incapaz de gerar a sua propria riqueza"

É exactamentente isso!

O nosso ensino forma as pessoas para serem empregados!

Agora criaram cursos de empreendedorismo; para quem? para aqueles que abandonam a escola! Ou seja, a mentalidade é que só vai para empresário quem é tão mau, tão mau, que é incapaz de ser um "empregado".

Realmente, neste pais, que é que quer ser empresário podendo ser empregado???


A ideia dos governos deve ser que os estrangeiros fazem as empresas e portugal fornece os empregados; assim desenvolvem grande actividade de captura de empresas estrangeiras para empregarem os portugueses; a ideia de "gerar riqueza" internamente é-lhes desconhecida, como dizes.

alf disse...

antonio

Indo mesmo ao extremo do seu raciocinio, o ideal seria mesmo acabar com os portugueses. Afinal, para que é que servem os portugueses???

Joaninha disse...

Alf,

Então? Para que servem os portugueses?

Como tu proprio disseste, paea serem empregados!! O que seria a mundo sem empregados?! ;)

BJ

antonio ganhão disse...

São os únicos capazes de aturar as portuguesas, isso é que é!

Diogo disse...

O «consumidor» é resultado directo da especialização das sociedades industriais. Não é uma mania poética. Como (quase) todos temos trabalhos especializados (porque existem hoje uma infinidade de funções), existem também consumidores. Tenho de trocar o meu vinho pelos teus têxteis. Tenho de ser consumidor daquilo que produzes. Industrialisation oblige.

alf disse...

Joaninha e antónio

humm, pelos vistos os portugueses também servem para fazer humor eheh!

antónio, tenho ouvido dizer dizer que as mulheres portuguesas estão muito cotadas em relação às estranjeiras... dizem que as estranjeiras assim que são mães deixam de ser mulheres e esposas... eles lá sabem...

alf disse...

diogo

a perspectiva é interessante, mas não sei se estou muito de acordo, a uma escala individual, mas certamente estou à escala dos paises, onde escoar a produção significa manter postos de trabalho. Eu preciso de comprar o teus texteis para que tu compres o meu vinho para que eu tenha o meu posto de trabalho. Mesmo que eu, na realidade, não precise dos teus texteis. Muito certo, sem dúvida. Há outros valores não fiduciários que entram nesta equação.

Joaninha disse...

António!

Venenoso!

Rui leprechaun disse...

E já pensou o que representa comprar maçãs que vêm da China com tanta maçã que há aqui? A quantidade de recursos que são gastos para trazer a maçã da China até aqui?


Vantagens de viver na aldeia... compro tudo ao lavrador, fresquinho que é um amor, para a minha rica ceia! :)

De resto, como naturista e vegetariano, parece-me muito lógico que se deva consumir essencialmente os bens agrícolas que são produzidos o mais próximo possível ou num pequeno raio de não mais que poucas centenas de quilómetros.

Obviamente que existem as excepções daquilo que não é de produção local, além de que sementes e cereais não são tão perecíveis como frutas e legumes ou ovos e lacticínios, para quem os inclui na sua dieta.

E por fim, comprar na feira e no mercado sai ainda mais barato do que com as promoções dos hiper, que eu escolho a fruta pequena e mal jeitosa, sempre a mais apetitosa!

E assim, a sopinha e saladas...

Rui leprechaun

(...estou forte e são pràs touradas! :))

Rui leprechaun disse...

...porque se o produto é nacional, ou melhor ainda, regional, o sabor é infinitamente melhor, porque apanhado mais maduro, porque da época, porque é nosso!


Isso mesmo, já somos 3 a remar no mesmo barco!!! :)

Deveras, há ainda uma razão adicional e bem interesseira... ou plebeia!... para eu amar os produtos da aldeia.

É que lá na feira semanal, quando se começa a ser cliente regular de algum lavrador com a sua banca, há sempre alguns que oferecem o brinde de mais umas maçãs ou laranjas ou tomates ou alface ou cenouras... e de borla inda é mais apetitoso p'ra um malandro guloso! :D

Sim, que eu cá sou parintintim...

Rui leprechaun

(...façam os outros por mim! :))