quarta-feira, dezembro 19, 2007
Os Humanos não são Deuses
O Alf resolveu de vez em quando vir aqui dizer das dele. Enfim, há que ter alguma paciência... e sempre se vai aprendendo alguma coisa sobre os humanos...
Parece que os Humanos não percebem que não são deuses. A sua posição de superioridade em relação aos restantes habitantes da Terra impede-os de terem uma perspectiva das suas limitações.
E, como não são deuses, erram! Constroem sistemas, sociais, políticos, científicos, tecnológicos, convencidos de que esses sistemas são perfeitos; bem, se os humanos fossem perfeitos, qualquer sistema seria perfeito; mas como os humanos são limitados, nenhuma sistema é perfeito.
Convencidos como estão da perfeição dos seus sistemas, passam a vida a acusarem-se uns aos outros das coisas que não correm como gostariam.
É tão engraçado!!! A política não funciona porque os políticos devem ter sido escolhidos entre os piores, com a justiça idem, a polícia idem, a informação idem, o ensino idem, a ciência idem...
Diz a Alita que os humanos carecem sempre de encontrar um culpado para tudo o que lhes corre menos bem - evitam assim ter de fazer o esforço de compreender os problemas em toda a sua complexidade e ter de enfrentar as suas próprias responsabilidades. Thssss, thssss, thsss, assim não vão lá....
Esqueçam os "culpados". Simplesmente, os Humanos não são deuses, estão muito longe da perfeição. Aprendam com os erros e encontrem soluções para eles. Os erros são descobertas. Não dizem os Humanos que só não erra quem nada faz?
Os Humanos têm de construir o Paraíso na Terra! Ainda não conseguiram pois não? Então, vão em frente!
Ahh, e mais uma coisa: nesta vossa caminhada, as soluções que eram boas ontem são más hoje e as boas para hoje serão más amanhã. Por isso os sistemas têm de estar sempre em mudança, e isso é um bom sinal, sinal de que estão vivos e em movimento.
Tulito
Parece que os Humanos não percebem que não são deuses. A sua posição de superioridade em relação aos restantes habitantes da Terra impede-os de terem uma perspectiva das suas limitações.
E, como não são deuses, erram! Constroem sistemas, sociais, políticos, científicos, tecnológicos, convencidos de que esses sistemas são perfeitos; bem, se os humanos fossem perfeitos, qualquer sistema seria perfeito; mas como os humanos são limitados, nenhuma sistema é perfeito.
Convencidos como estão da perfeição dos seus sistemas, passam a vida a acusarem-se uns aos outros das coisas que não correm como gostariam.
É tão engraçado!!! A política não funciona porque os políticos devem ter sido escolhidos entre os piores, com a justiça idem, a polícia idem, a informação idem, o ensino idem, a ciência idem...
Diz a Alita que os humanos carecem sempre de encontrar um culpado para tudo o que lhes corre menos bem - evitam assim ter de fazer o esforço de compreender os problemas em toda a sua complexidade e ter de enfrentar as suas próprias responsabilidades. Thssss, thssss, thsss, assim não vão lá....
Esqueçam os "culpados". Simplesmente, os Humanos não são deuses, estão muito longe da perfeição. Aprendam com os erros e encontrem soluções para eles. Os erros são descobertas. Não dizem os Humanos que só não erra quem nada faz?
Os Humanos têm de construir o Paraíso na Terra! Ainda não conseguiram pois não? Então, vão em frente!
Ahh, e mais uma coisa: nesta vossa caminhada, as soluções que eram boas ontem são más hoje e as boas para hoje serão más amanhã. Por isso os sistemas têm de estar sempre em mudança, e isso é um bom sinal, sinal de que estão vivos e em movimento.
Tulito
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Os Humanos
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13 comentários:
Apreciei particularmente a fluência deste registo assinado pelo ET Tulito.
Curioso que estejamos a dissertar sobre o mesmo.
Parece que nos incomodam de forma semelhante as derivas discursivas que culpam sempre alguém pelas nossas demissões, omissões ou inépcias.
Parece que o nosso estatututo de cidadania é um cardápio de direitos omisso de deveres.
Por vezes tenho a suspeita de que como cidadãos somos um superlativo narcisico - achamo-nos brilhantes, excelentes. Daí que o que não está bem só pode ser culpa de outros, de preferência personificados no politico do momento ou na interminável abastracção a que chamamos Estado.
E depois há ainda essa fantasia tola de que a conflitualidade não faz parte de qualquer sistema social. Aparentemente os catecismos com o seu paradigma do paraiso perdido deixam mais marca do que parece.
É o que se me oferece, Alf...e o resto daquilo já lá está...
Viva!
Deixei um comentário ao seu comentário sobre os meus problemas com a Finanças e verifiquei que já não leio nada seu desde 28 de Novembro. Prometo pôr tudo em dia no próximo fim-de-semana.
Um abraço.
Os humanos tentam jogar aos dados com Deus e por isso acabam por O considerar cruel e batoteiro.
Parece que existe sempre uma reviravolta do destino à nossa espera, as verdades de hoje são meras anedotas do amanhã. Um Deus brincalhão diverte-se à nossa custa. Talvez Deus não passe de um pai que brinca com o seu filho bebé… só na brincadeira os bebés exploram o seu mundo e crescem a partir dele.
Quanto a lançar as culpas para cima dos outros, eu detesto esse tipo de pessoas, isso só me acontece quando alguém me induz em erro, malandros!
Procuramos culpados para tudo e se formos ao psicólogo é tudo culpa da mãe ou do pai. Somos uns coitadinhos! E de facto somos dignos de pena porque enquanto não assumirmos as nossas responsabilidades individuais por todas as nossas escolhas (eu acredito que somos nós que escolhemos os pais que temos mas isso já é um assunto demasiado complexo e não vem a propósito)em vez de nos concentrarmos na solução concentramo-nos no problema, regra geral aumentando-o.
Culpar alguém do que nos incomoda é um procedimento quase instintivo, ou está geneticamente programado no nosso cérebro ou é aprendido automaticamente nos primeiros tempos de vida.
Seja como for, é algo que todos temos de aprender: somos sempre os responsáveis pelo que de bom ou mau nos acontece; porque há sempre algo que podemos fazer para alterar as coisas.
Isso não significa que nos culpabilizemos pelas decisões erradas - é muito fácil saber que uma decisão é errada "a posteriori". A culpabilização é inútil, o que interessa é aprendermos com os erros.
E essa é a atitude útil. Não estamos bem? Porquê? Fizemos isto ou aquilo mal? que podemos aprender com isso?
Um erro é uma descoberta e nós existimos para descobrir.
Pois é manuel rocha, pensei o mesmo qd li o seu post! Aliás, o Notas Soltas também não anda, no fundo, muito longe. Será da quadra? ehehe
António, é sempre um prazer ler o que escreve! irónico, profundo imaginativo, humano.
Pink&blue estamos inteiramente de acordo no que disse; no que não disse, eu dir-lhe-ía o seguinte: não vale a pena fazermos teorias lógicas sobre o que desconhecemos porque o que desconhecemos está para além das capacidades da nossa imaginação; pessoalmente, prefiro prestar toda a atenção ao que vou percepcionando e limito-me a acumular o que por essa via me vai chegando, não sem antes analisar cuidadosamente para não cair em ilusões. É a acumulação de dados e vivências obtidos ao longo da vida que nos vão criando uma imagem; se começamos a teorizar com poucos dados fazemos uma imagem prematura, necessariamente errada, que depois nos irá iludir a percepção e interpretação doutros dados. Mas não teorizar para alem da experiencia também é uma aprendizagem que temos de fazer...
«somos sempre os responsáveis pelo que de bom ou mau nos acontece; porque há sempre algo que podemos fazer para alterar as coisas»
Que dizer do miúdo de 12 anos que, em Bagdade, leva com um morteiro lançada pela «al-qaeda de pronúncia yankee»?
E o que estes podem fazer para alterar as coisas:
«Um ano após o fecho da fábrica da General Motors da Azambuja, mais de metade dos 1.100 trabalhadores que ficaram no desemprego a partir de 21 de Dezembro de 2006 continua à procura de trabalho.»
Diogo,
Eu cá tenho as minhas teorias relativamente a essas coisas mas são teorias demasido esotericas para o Alf e para este blog.
Ainda assim, têm ajudado o meu relacionamento com a adversidade.
diogo
Eu refiro-me apenas à nossa atitude em relação às coisas que nos acontecem, não que acontecem aos outros. E não em relação a todas as coisas, por exemplo, eu ser atropelado no passeio por um louco qualquer.
Mesmo assim, em relação aos operários da Opel, se calhar podiam ter feito muita coisa. Não dependerem de um empregador único, para começar. Terem qualificações próprias. Terem estudado. Terem arriscado outras actividades. Disporem-se a começar a vida de novo, coisa que não está a acontecer, ao que parece, pois a generalidade continua desempregada porque as alternativas de emprego são piores do que o que tinham e eles preferem, naturalmente, continuar com o subsidio de desemprego. Mas a realidade subjacente é provavelmente a de que muitos deles ganhavam mais do que aquilo que são capazes de produzir, porque durante os anos todos que estiveram na opel nunca estudaram, nunca aprenderam mais nada, não acompanharam o evoluir do mundo.
E assim chegaram a uma situação em que deixaram de poder ser úteis; as suas qualificações só servem para empregos pouco qualificados, e isso não está de acordo com o conceito que se habituaram a fazer de si próprios. Claro que isto não se aplicará a todos, mas talvez se aplique a alguns.
Conheço muita gente que se recusa a um mínimo esforço de valorização profissional. Nunca estudaram nada desde que sairam da escola. Não sabem sequer ligar um computador.
Agora diga-me lá: de quem é a culpa? Minha? Sua?
O que eu disse tem um sentido mais prático: é que não adianta nada colocarmos as culpas do que nos acontece nos outros. O que nos adianta é assumirmos plena responsabilidade do nosso destino.
Repare que isso não quer dizer que não existam pessoas que façam mal a outras; e devemos apontar essas pessoas. Mas porque fizeram mal a outros, não a nós! Quando se trata de nós, a atitude correcta é pensarmos no que podemos fazer em vez de desperdiçarmos energias a buscar culpados.
Alf: «Mas a realidade subjacente é provavelmente a de que muitos deles ganhavam mais do que aquilo que são capazes de produzir, porque durante os anos todos que estiveram na opel nunca estudaram, nunca aprenderam mais nada, não acompanharam o evoluir do mundo.»
Tanta auto-confiança, meu amigo.
diogo
eu percebo o que o meu amigo sente, pois é alguém que não fica indiferente à dificuldades dos outros.
Diz-se que as dificuldades fazem parte da vida e é verdade, e nós precisamos delas. Se não forem intransponíveis, é claro.
Veja agora o lado positivo: em tão pouco tempo já cerca de metade do ex-trabalhadores da opel resolveu a sua situação. Isto ultrapassa as minhas expectativas para uma situação destas.
A minha experiência de vida permite-me saber que há muitas pessoas que lutam bravamente pela vida e que agarram de mão e pés as oportunidades que lhes derem; mas tb que há algumas que se recusam a adaptar-se ao universo e exigem que seja este a adaptar-se a elas.
Já não tenho muita paciência para essas pessoas, que me custaram muito tempo ao longo da vida que poderia ter dedicado às outras. Essas pessoas prejudicam toda a gente.
é por isso que eu não me permito deixar-me impressionar com os dramas dos outros antes de ter a certeza do que se trata. No caso da opel, como lhe disse, as minhas expectativas estão excedidas, porque a minha experiência diz-me que no primeiro ano de desemprego as pessoas são muito exigentes em relação às ofertas, querem aproveitar a situação para escolherem a actividade com que se vão comprometer. Vamos ver o que acontece no segundo ano...
«Veja agora o lado positivo: em tão pouco tempo já cerca de metade do ex-trabalhadores da opel resolveu a sua situação»
RTP - Dos que encontraram trabalho, uma minoria conseguiu emprego em Câmaras Municipais, outros tentam abrir um negócio próprio com os apoios do Instituto de Emprego, e outros ainda estarão a trabalhar por conta própria ou em oficinas.
Destes, quantos é que estão em situação precária, de biscate ou semi-biscate?
Você conhece a expressão trabalhadores-pobres? Pessoas que têm um trabalho mas ganham abaixo do nível de pobreza? E que são mais de um milhão cá em Portugal?
Naturalmente, você irá dizer: eles foram preguiçosos e não estudaram. Mas você esquece que aquilo que essas pessoas fazem hoje é necessário? Que é por isso que estão empregados?
Diogo
Construir o paraíso é o, ou um, dos objectivos da sociedade humana. Estamos muito longe disso e, portanto, não vivemos no paraíso.
O tema que pretende discutir é claro que é muito importante, mas ultrapassa as possibilidades deste pequeno espaço, não é?
A mensagem que eu pretendia deixar no inicio desta conversa é a de que quando enfrentamos uma adversidade, a melhor atitude para nós é a de enfrentarmos o problema, buscarmos soluções, em vez de desperdiçarmos energias e tempo na procura de um culpado.
Não quer dizer que outros não tenham culpas na nossa adversidade, mas mesmo que assim seja há sempre algo que nós podemos fazer e sempre algo que nós podiamos ter feito. Ou temos de partir do princípio que há.
Não estou aqui, portanto, a discutir a sociedade, apenas a nossa atitude perante a adversidade. Parece uma banalidade o que estou a dizer mas o facto é que nós instintivamente caímos na busca do culpado, tornando-nos parte do problema e não da solução.
Já aconteceu comigo, isto foi algo que alguém me ensinou, foi um bom ensinamento, procuro que chegue a outros.
Para discutirmos uma sociedade melhor... isso é um grande desafio, ao nível do seu blogue!
Alf,
Gostei do apelo à evolução humana... como diria Nietzche, a humanidade está a meio caminho entre a divindade e a besta, mas ainda há muito de besta em nós...
(não era bem assim, mas acho que ele também não se vai queixar)
Beijinhos em busca de evolução***
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