sábado, julho 16, 2011

Os malandros da Moody's!!!

Os malandros da Moody’s voltaram a fazer das suas! A nossa banca no lixo! Que patifes.

Espera lá... os rácios bancários estão entre 5% e 7%?? Eu sempre ouvi dizer que deviam ser acima de 9%... que se passa?

Hummm.. não percebo nada disto... deixa ver... qual é a quantidade de moeda que deve existir? Se a economia cresce, é preciso mais moeda, é evidente... deve ser proporcional à economia... como avaliar?.. talvez pelo crédito... isso, toda a actividade económica se baseia no crédito... então, a emissão da moeda deve acompanhar o aumento do crédito.

Pois, é isso que os EUA estarão a fazer... têm fabricado muitas centenas de milhares de milhões de dólares que injectam directamente na economia, o Estado paga as suas contas com eles; este dinheiro vai parar à banca, mantendo os rácios entre crédito e dinheiro.

E na Europa?

Portugal não produz moeda... o BCE é que produz, mas não injecta na economia, empresta à banca... ahh, mas assim, na banca entra dinheiro mas entra também a dívida, não melhora o rácio... Pois, já estou a ver, neste quadro não há forma de a banca nacional manter os rácios... por isso ouvi dizer que a europa baixou os rácios... mas, é claro, a Moody’s é que não pode estar a embarcar nestas perigosas derivas europeias...

... com este esquema, o crescimento interno da economia portuguesa não é acompanhado com o crescimento da moeda, uma vez que esta é emprestada, não é produzida como nos EUA... a única coisa que pode crescer é o crédito, logo os rácios dos bancos só podem diminuir... mas que tolice de esquema!!! É lá possível? O que é que eu não estou a perceber nisto????

Bem, mas há ainda outra questão: o que é que se alterou para a Moody’s vir agora com esta classificação?

 Mas espera lá... grande parte do crédito bancário é para compra de habitação... já começa a haver grandes taxas de incumprimento... as pessoas com maiores dificuldades serão as que ganham menos de 1200 euros... com o corte no subsídio de Natal o incumprimento vai aumentar e os depósitos também vão diminuir porque as pessoas vão ter menos dinheiro.

Então está certo... o Governo retira dinheiro da nossa economia, ao contrário do que faz o governo americano, logo os bancos vão ficar em dificuldades... com rácios tão baixos... e que vão diminuir, não há alternativa... são lixo é claro! As coisas são como são... claro, um Estado que aliena tudo o que lhe dá capacidade de intervenção na economia, um Estado que não produz moeda, é um Estado inexistente. Estão fartos de nos dizer que se o Estado é lixo, tudo o resto o é também, nós é que não queremos ouvir.

Portanto, o Governo decreta privatizações suicidárias, e a Moody’s classifica o Estado como «lixo»; o Governo retira dinheiro da economia e a Moody’s prevê um futuro negro para a banca...

E a  Moody’s é que está errada???

4 comentários:

antonio ganhão disse...

Já defendi que a Moody's é o Che Guevara dos nossos tempos. O Che não mudou o mundo, mas a Moody's é bem capaz de pôr termo a uma série de práticas capitalistas de alcance duvidoso...

alf disse...

antónio, isso é muito bem visto! O pior que pode acontecer nestas coisas, como já deviamos todos ter percebido, é andarmos com ilusões; mas não, dizemos que o Sócrates andou a «enganar-nos» ao entrar numa batalha que estava perdida com ilusões de vitória, mas agora não só não percebemos que estamos a cair no mesmo erro, como maltratamos aqueles que já abriram os olhos e nos querem mostrar a realidade, ou seja, Islandeses, Gregos e a Moody's.

O Governo tem de tomar as medidas que tarda em tomar, como seja acabar com as tão faladas gorduras, assunto que já devia estar mais do que estudado nesta altura uma vez que já está em discussão há meses; mas não, isso é complicado,mexe com interesses pessoais dos amigos e da classe, fácil é vender o património e cortar nos ordenados dos outros; só que isto que é fácil só serve para agravar o problema, é o caminho errado, como os Islandeses, os Gregos e a Moody's já perceberam.

UFO disse...

Na CGD estão a preparar para as renegociações das dívidas. Tenho que pensar no assunto agora que estou a ficar cada vez mais pobre. Antes que seja tarde de mais. Será que a Europa, especialmente os PIIGS, não vai acordar a tempo? Até o Sol já não é o que era.

alf disse...

UFO

fazem bem, renegociar a dívida faz parte do processo. O que se passa connosco é igualzinho ao que se passa com qq pessoa que está com a corda ao pescoço.

Há várias etapas. Primeira, identificar a «dívida odiosa», ou seja, aquela que resultou de negociatas que só interessaram a quem se meteu nelas e não aos portugueses - por exemplo, as negociatas do BPN ou, suspeita minha depois de ouvir dizer que os gregos compraram os 6 submarinos pelo mesmo total que custaram os nossos 2, a negociata dos submarinos. Só que quando quem fez o negócio está no governo, é capaz de ser difícil denunciar o negócio...

Depois, há que negociar as taxas e os prazos; para isso é preciso ter capacidade negocial, ou seja, capacidade de dizer: ou é assim ou não pago!!!

mas, por cima disso tudo, a meu ver, é preciso alterar as regras deste jogo - um país tem de ter uma moeda e a capacidade de produzir moeda; estamos na europa mas continuamos a ser um país e por isso a capacidade de produzir euros tem de ser extendida a todos os países - de forma concertada, é certa, por isso se fala de eurobonds. Doutra forma todos os países europeus serão vítimas deste processo especulativo, que não tem cara nem culpados - os culpados somos nós que estamos a fazer depósitos a prazo nos bancos com juros altos e os bancos têm de cobrar juros mais altos a quem lhes deve - e nada melhor que estados que não produzem moeda para serem vítimas disso.

Oa alemães estão a contar que vão ser os últimos a ser vítimas do sistema; e que quando chegar a vez deles.... mudam as regras e ficam donos da europa porque os outros estados já faliram. Muito espertinhos. Esperteza saloia, mas chega perfeitamente para este mundo de burros. Valham-nos os gregos, que lhes estão a atrapalhar o esquema. E o Berlusconi também não há de ir na conversa, por isso querem tanto correr com ele... talvez como fizeram com o francês do FMI...

António, você tem aqui um grande tema para o seu próximo romance!