sexta-feira, julho 17, 2009
A Pedra Angular
É conhecida a hipótese de que a Vida poderia ter começado numa atmosfera especial onde abundavam descargas eléctricas. Isto porque o primeiro grande problema da química da vida é a fixação dos átomos de Azoto. Contrariamente aos de carbono, oxigénio e hidrogénio, os do azoto só muito dificilmente se ligam aos restantes. Mas com umas faíscas consegue-se.
O problema é que as faíscas, embora permitam obter uns compostos de azoto elementares, destroem as cadeias longas necessárias à vida. A vida nunca poderia surgir numa atmosfera de faíscas. As experiências de Miller e outras só provam uma coisa: só por Milagre poderia a Vida surgir, ou sobreviver, em tal ambiente. Portanto, se a Ciência está certa, apenas um Deus pode explicar o aparecimento da Vida porque apenas um Deus faz milagres.
Alguns autores começaram a notar que a química da Vida exige condições de alta temperatura e pressão. A teoria da Ecopoese será o melhor exemplo. Mas como poderiam tais condições ter existido na Terra?
A Teoria da Evanescência dá a resposta: a Terra já esteve mais perto do Sol. As condições da atmosfera terrestre durante os dois primeiros milhar de milhões de anos seriam as ideais para formar a química da Vida. Até ao mais pequeno detalhe – a composição, temperatura e pressão iniciais e a sua variação ao longo do tempo. A Terra foi a máquina perfeita para fabricar a Vida! Na verdade, as condições iniciais são semelhantes às que os humanos engenheiros definiram para o fabrico de compostos de azoto (adubos)!
Cai o queixo de assombro! O Grande Engenheiro não fabricou a Vida, fabricou a máquina de fabricar a Vida!! Óbvio!!! Os engenheiros são assim mesmo, eles não fabricam as coisas, quem fabrica coisas são os artesãos, os engenheiros concebem as máquinas que fabricam as coisas!!!!! Afinal, a Vida não resulta de um milagre, da intervenção do dedo de um Deus, mas é criada por uma máquina concebida por um Grande Engenheiro.
Como funciona esta máquina da Vida?
O Euromilhões pode ajudar-nos a percebê-la.
Um de nós ganhar o Euromilhões é um Acaso, um milagre, algo que mudaria o nosso destino; mas haver um ganhador semanal não é milagre nenhum; e haver pelo menos um por mês é quase certeza absoluta. Assim, um acontecimento que é fruto do Acaso à nossa escala, nada tem a ver com Acaso a uma escala suficientemente grande, pois passa a ser apenas uma consequência das regras e do meio.
A Terra inicial era uma máquina de gerar «chaves do euromilhões»: uma quantidade imensa de átomos formava continuamente combinações. A «chave certa» terá sido uma pequena cadeia de umas centenas de átomos que surgiu estável, capaz de crescer e com certas propriedades.
Assim, nas condições existentes na Terra, o aparecimento da Vida tornou-se algo tão determinístico e certo como haver um ganhador do euromilhões na Europa.
Não foi pois um Milagre, ou seja, a intervenção directa de um Deus, que produziu a Vida na Terra. E também não precisamos de procurar uma origem extraterrestre para a Vida, porque as condições ideais, ao mais ínfimo detalhe, estavam aqui.
Esta Terra inicial não era uma máquina tipo «máquina-ferramenta», destinada à produção em série de um produto pré-definido; era uma máquina de Inteligência, um sistema de «geração de hipóteses + selecção» em que a geração de hipóteses era controlada pelo Acaso – uma máquina «A+S». Uma máquina para resolver um único problema: encontrar a fórmula da Vida.
O pensamento desarvora: e se a Evolução da Vida é também consequência necessária dos diferentes cenários que se vão sucedendo? E se a célula viva contém alguma espécie de «máquina de Turing», ou um qualquer outro sistema de Inteligência? Se o Humano é, tal como a própria Vida, a consequência necessária da condições da Terra?
Será que o Grande Engenheiro apenas teve de conceber a máquina Terra e o resto é tudo consequência? Ou não?
A Máquina de Vida a que chamamos Terra surge-nos pois como uma pedra angular da obra do Grande Engenheiro. Seguindo a seta do tempo, encontramos a questão: o que é a Grande Inteligência / Grande Conhecimento que moverão a Evolução e como o farão? Seguindo o sentido contrário, encontramos a questão: como terá sido construída esta fabulosa máquina de fabricar Vida que é a Terra?
Sobre a Grande Inteligência que move a Evolução, já percebemos algumas coisas: como a Inteligência pode ser um fenómeno natural, e como sistemas naturais podem ser imensamente inteligentes, algo que não nos passaria pela cabeça antes de começarmos a pensar no assunto; mas ainda estamos nos primeiros passos. E do Grande Conhecimento ainda não descobrimos nada.
E andando para trás na seta do tempo? Caminharemos no sentido da complexidade decrescente, logo provavelmente mais simples de compreendermos. A Terra será obra directa ou indirecta do Grande Engenheiro? Ou foi um Acaso, um Milagre, que fabricou tão perfeita máquina, como pretendem os cientistas, que garantem que a Terra é o fruto dum processo caótico de condensação duma nuvem de matéria? Se é como a Ciência diz, então poderemos concluir que existe um Deus porque só o dedo de um Deus faria com que do processo caótico de condensação de uma nuvem de matéria se formasse tão improvável combinação de componentes e condições que caracterizaram a Terra inicial.
Como é? Será que é no processo de formação da Terra que surge uma intervenção sobrenatural que inicia a cadeia de acontecimentos que conduziu até nós?
O problema é que as faíscas, embora permitam obter uns compostos de azoto elementares, destroem as cadeias longas necessárias à vida. A vida nunca poderia surgir numa atmosfera de faíscas. As experiências de Miller e outras só provam uma coisa: só por Milagre poderia a Vida surgir, ou sobreviver, em tal ambiente. Portanto, se a Ciência está certa, apenas um Deus pode explicar o aparecimento da Vida porque apenas um Deus faz milagres.
Alguns autores começaram a notar que a química da Vida exige condições de alta temperatura e pressão. A teoria da Ecopoese será o melhor exemplo. Mas como poderiam tais condições ter existido na Terra?
A Teoria da Evanescência dá a resposta: a Terra já esteve mais perto do Sol. As condições da atmosfera terrestre durante os dois primeiros milhar de milhões de anos seriam as ideais para formar a química da Vida. Até ao mais pequeno detalhe – a composição, temperatura e pressão iniciais e a sua variação ao longo do tempo. A Terra foi a máquina perfeita para fabricar a Vida! Na verdade, as condições iniciais são semelhantes às que os humanos engenheiros definiram para o fabrico de compostos de azoto (adubos)!
Cai o queixo de assombro! O Grande Engenheiro não fabricou a Vida, fabricou a máquina de fabricar a Vida!! Óbvio!!! Os engenheiros são assim mesmo, eles não fabricam as coisas, quem fabrica coisas são os artesãos, os engenheiros concebem as máquinas que fabricam as coisas!!!!! Afinal, a Vida não resulta de um milagre, da intervenção do dedo de um Deus, mas é criada por uma máquina concebida por um Grande Engenheiro.
Como funciona esta máquina da Vida?
O Euromilhões pode ajudar-nos a percebê-la.
Um de nós ganhar o Euromilhões é um Acaso, um milagre, algo que mudaria o nosso destino; mas haver um ganhador semanal não é milagre nenhum; e haver pelo menos um por mês é quase certeza absoluta. Assim, um acontecimento que é fruto do Acaso à nossa escala, nada tem a ver com Acaso a uma escala suficientemente grande, pois passa a ser apenas uma consequência das regras e do meio.
A Terra inicial era uma máquina de gerar «chaves do euromilhões»: uma quantidade imensa de átomos formava continuamente combinações. A «chave certa» terá sido uma pequena cadeia de umas centenas de átomos que surgiu estável, capaz de crescer e com certas propriedades.
Assim, nas condições existentes na Terra, o aparecimento da Vida tornou-se algo tão determinístico e certo como haver um ganhador do euromilhões na Europa.
Não foi pois um Milagre, ou seja, a intervenção directa de um Deus, que produziu a Vida na Terra. E também não precisamos de procurar uma origem extraterrestre para a Vida, porque as condições ideais, ao mais ínfimo detalhe, estavam aqui.
Esta Terra inicial não era uma máquina tipo «máquina-ferramenta», destinada à produção em série de um produto pré-definido; era uma máquina de Inteligência, um sistema de «geração de hipóteses + selecção» em que a geração de hipóteses era controlada pelo Acaso – uma máquina «A+S». Uma máquina para resolver um único problema: encontrar a fórmula da Vida.
O pensamento desarvora: e se a Evolução da Vida é também consequência necessária dos diferentes cenários que se vão sucedendo? E se a célula viva contém alguma espécie de «máquina de Turing», ou um qualquer outro sistema de Inteligência? Se o Humano é, tal como a própria Vida, a consequência necessária da condições da Terra?
Será que o Grande Engenheiro apenas teve de conceber a máquina Terra e o resto é tudo consequência? Ou não?
A Máquina de Vida a que chamamos Terra surge-nos pois como uma pedra angular da obra do Grande Engenheiro. Seguindo a seta do tempo, encontramos a questão: o que é a Grande Inteligência / Grande Conhecimento que moverão a Evolução e como o farão? Seguindo o sentido contrário, encontramos a questão: como terá sido construída esta fabulosa máquina de fabricar Vida que é a Terra?
Sobre a Grande Inteligência que move a Evolução, já percebemos algumas coisas: como a Inteligência pode ser um fenómeno natural, e como sistemas naturais podem ser imensamente inteligentes, algo que não nos passaria pela cabeça antes de começarmos a pensar no assunto; mas ainda estamos nos primeiros passos. E do Grande Conhecimento ainda não descobrimos nada.
E andando para trás na seta do tempo? Caminharemos no sentido da complexidade decrescente, logo provavelmente mais simples de compreendermos. A Terra será obra directa ou indirecta do Grande Engenheiro? Ou foi um Acaso, um Milagre, que fabricou tão perfeita máquina, como pretendem os cientistas, que garantem que a Terra é o fruto dum processo caótico de condensação duma nuvem de matéria? Se é como a Ciência diz, então poderemos concluir que existe um Deus porque só o dedo de um Deus faria com que do processo caótico de condensação de uma nuvem de matéria se formasse tão improvável combinação de componentes e condições que caracterizaram a Terra inicial.
Como é? Será que é no processo de formação da Terra que surge uma intervenção sobrenatural que inicia a cadeia de acontecimentos que conduziu até nós?
Etiquetas:
Finalidade,
inteligência
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
20 comentários:
O Grande Engenheiro, A Grande Inteligência e o Grande Activador, sempre o mesmo conceito de um Deus trino revisitado....
Porque não começar por tentar definir o que é vida?
"como terá sido construída esta fabulosa máquina de fabricar Vida que é a Terra?"
Não sendo por colapso de uma nuvem de matéria, como nos têm dito, estou curiosíssimo que avances com os teus posts.
Vida, ...célula, um sistema de informação por conta própria, com aceso a meios de produção, próprios ou alheios como no caso dos vírus.
O que a vida constrói? Uma autêntica biblioteca de procedimentos. A biblioteca de Alexandria é ínfima se comparada com uma célula.
Agrega informação a partir do ambiente, arquiva-a e usa quando apropriado.
Cada célula é um neurónio como dizes, ou mesmo um Eu. Será que duas células vizinhas estão uma para a outra assim como eu estou para o meu colega de trabalho?
Mas isto são generalidades, divagações.
É muito bom que a vida tenha tido 100% de hipóteses de acontecer.
Assim, eu dedilho.
Um Deus que se preze não se autoriza a fazer 'milagres'. Era 'sujar' a perfeição das regras que ele teria instituído. Seria como uma admissão de culpa, um arrependimento.
E nós, tão pequeninos, pomo-nos em bicos dos pés e, absurdamente, achamos que este universo gira à nossa volta.
Outras Terras, infinidade, contém outras infinidades de Eus.
Esta certeza de não estarmos sós, é muito reconfortante. Aparentemente inacessíveis a esses outros Eus. Por enquanto.
antónio
Nada disso - são tudo coisas diferentes. Um Deus faz milagres, atende as nossas preces, faz chover (embora, como disse o Poincaré se não erro, é escusado rezar a pedir um eclipse porque isso um Deus não faz); um Deus tem um relacionamento pessoal com cada um de nós.
Já o Grande Engenheiro, ou o Grande Conhecimento, representa apenas uma capacidade de concepção, de introduzir soluções, que são gerais e não são individuais; o Grande Engenheiro não ouve preces, não comunica connosco.
Eu estou a fazer uma análise baseado nos factos e não nos preconceitos, não pretendo provar que existe isto ou aquilo, quero descobrir.
Mas compreendo que se pode estabelecer uma analogia com Deus trino... mas aqui eu pretendo descobrir qual ou quais, se algum, deles pode existir, não pretendo fazer uma trindade - embora não possa afirmar, nesta altura, que não chegue a esse resultado. Quem sabe aonde o pensamento nos pode conduzir? Este é um caminho muito inexplorado porque as pessoas ... têm medo dele.
Diogo
Será que essa definição é mesmo importante? Faz alguma diferença para este problema?
UFO
Pois, é tudo como dizes...
Mas não vale a pena pores-te a racionalizar como é um Deus - é um conceito desenhado para servir as necessidades dos humanos, logo, ouve as preces e interfere. O que não quer dizer que até não seja verdade, não podes é tentar racionalizar algo que não nasce da razão.
Penso que para analisar racionalmente a questão, é preciso começar do nada, como eu estou a fazer. Pôr de lado todas as convicções sobre o assunto. Só de cabeça limpa podemos ver o que nos surgir no caminho, doutro modo veremos apenas o que já temos na cabeça.
Tudo tem a ver com estágio de conhecimento em que estamos... do Deus pessoal, ao Deus conceptual é tudo um caminho que se tem de percorrer.
alf disse... «Diogo, Será que essa definição é mesmo importante? Faz alguma diferença para este problema?»
Não é a vida que estamos a discutir? Defini-la não é o primeiro passo?
Não percebo como devo encarar o Grande Engenheiro... primeiro pensei que se referisse a Deus, mas não me parece que seja isso...
A explicação do euromilhões não me é estranha ;P
^.-
Se partirmos do principio que o acaso é a uma escala pequena e que o conjunto de acasos leva a predestinação, ao determinismo, então penso que podemos concluir que, desde a formação do universo que a Terra está predestinada ao que foi e ao que é.
É como se fosse uma daquelas figuras construídas com dominós. Havia uma grande figura, o dedo do Grande Engenheiro apenas derrubou a primeira peça e consequentemente todas as peças (acontecimentos) seriam derrubadas pela anterior (portanto as condições iniciais determinarão o futuro).
É mais ou menos isto?
antónio
Não estou nesse caminho. Assim é com muitos crentes - a sua crença num Deus pessoal é depois intelectualizada.
Estou apenas a ver se percebo, se consigo ligar logicamente as informações que tenho sobre o Unverso, começando por poucas informações que depois vou alargando - tem de ser assim, não posso começar por colocar em análise simultanea todas as informações de que disponho. Espero conseguir descobrir algo no fim desta análise, embora evidentemente não vá chegar a uma conclusão - somos demasiado ignorantes para isso. Quero apenas conseguir dar um passinho na compreensão da questão.
Diogo
Não é a Vida, mas perceber se há alguma Finalidade na maneira como as coisas sucedem, se há uma Vontade, se não há nada disso, ou se há outra coisa qualquer que nem sabemos entender.
Entrar por definições é começar a criar obstáculos no caminho. Será que nós sabemos o suficiente sobre a Vida para a podermos definir com exactidão?
Claro que a questão é interessante, mas devemos passar por cima dela nesta análise. Na verdade, isso é um detalhe aqui, sem dúvida que nós somos Vida, sem dúvida que um bocado de basalto não o é, e saber isso é quanto basta por agora
Metódica
Eu não parto de nenhuma presunção nem de um conceito de Deus. Estou a raciocinar usando uma lógica simples, começando por um conjunto pequeno de factos que vou alargando ao longo da análise.
Para explicar os primeiros factos, o conceito de «Grande Engenheiro» é o mais adequado; depois surge o do «Grande Conhecimento»; e vamos avançando
Note que o «Grande Engenheiro» não tem de ser sobrenatural - é uma «Inteligência» e já vimos como os sistemas naturais podem exibir a propriedade «Inteligência». Se é ou não natural, é isso que buscamos entender.
A sua explicação é o cerne da questão: será que uma sequência desse tipo conduz deterministicamente ao Humano? Ou é preciso a intervenção de algo exterior?
Os Ateus sustentam que não é preciso nenhuma intervenção exterior; os crentes que sim; mas em ambos os casos trata-se apenas de uma questão de fé, de crença, porque nem uns nem outros desenvolveram raciocínios capazes de sustentar a sua crença.
Eu não sei. E não preciso de saber a resposta. Não preciso de escolher entre ser ateu ou crente. Mas preciso de procurar descobrir. é isso que estou a fazer.
Por último: embora pareça que só há duas opções, ou há intervenção externa no processo natural ou não há, talvez venhamos a descobrir que as coisas podem ser mais sofisticadas do que isso...
Humm :D
vamos la ver o que vai sair daqui :D
Olá Alf, tenho andado desaparecida mas de vez em quando vou espreitando aqui para a "Outra Margem" e este post chamou-me a atenção.
Eu que sempre defendi uma ideia de Deus em que Deus está inerente a tudo o que existe (não separado) concordo em absoluto com essa ideia de uma "inteligência" e essa mesma inteligência começa na mais infíma particula. Para mim não está sobre ela ou além dela e portanto não está fora dela.
Para quem, como eu, acredita que Deus é tudo o que existe não há grandes mistérios. O Universo torna-se o corpo de Deus e os seus componentes tornam-se as suas células e tal como as células humanas são dotadas de uma inteligência que as faz funcionar em conjunto sem a nossa intervenção também as "particulas de Deus" contém em si toda a sabedoria de que necessitam para se organizarem, se reproduzirem e evoluírem.
Beijinho Alf
Olá Pink
É um prazer saber que ainda aqui vens de vez em quando!
-em relação ao conceito de Deus que expões, como o compatibilizas com o conhecimento de que as «partículas» obedecem a leis naturais simples, de uma forma completamente determinística, como tenho vindo a mostrar no «outrafísica» e vou referindo aqui?
(nota que eu não estou a presumir que as duas coisas são incompatíveis)
Alf,
Para mim não há uma causa exterior para a natureza, sou defensora do Deus de Espinoza.
Se na minha definição Deus é tudo o que existe, as particulas, os planetas, as galáxias, os seres humanos são os seus atributos. Se Deus = Universo (corpo) não é estranho que nasçam e morram estrelas já que no nosso corpo humano também nascem e morrem células a toda a hora. Para mim Deus é a força vital que permeia todas as coisas. Não há uma causa para Deus, Deus é causa de si mesmo e simultaneamente o motor do universo, gerador das tais leis naturais simples e deterministicas.
Para mim Deus não criou a Terra porque a Terra e Deus são a mesma coisa e não criou a vida porque Ele é a vida.
Não vejo grande diferença entre o ateísmo e o panteísmo.
O ateísmo prescinde da noção de divindade como entidade extra universo, e este é entendido como o 'Tudo'.
No panteísmo tem-se de colar atributos divinos (quais ?) ao 'Tudo' dos ateus.
Para que são precisos esses atributos? E quais serão?
Matéria e Radiação são palavras equivalentes a Energia.
Universo = Espaço + Energia
As células e as Estrelas 'morrem' mas a energia que fluiu através delas não morreu.
A eternidade da Energia talvez seja um atributo do Universo.
Talvez até se possa considerar que a Energia é uma propriedade do Espaço.
Podemos conceptualmente considerar que é possível existir Espaço desprovido de Energia. Mas será que pode realmente existir?
Ou melhor ... as possíveis respostas, bem como as perguntas, farão sentido?
Pink e UFO
Ateísmo e panteismo são talvez dois extremos que se tocam. Eu também tenho dificuldade em perceber a diferença objectiva entre os dois conceitos, embora perceba a diferença subjectiva.
Pink, para que as células nasçam e morram no nosso corpo é preciso que muitas coisas aconteçam, uma miríade de fenómenos em cada célula tem de ocorrer para ela se poder reproduzir e para ela poder morrer; para uma estrela surgir é necessária toda uma longa cadeia de acontecimentos. Nenhuma destas coisas acontece em obediência a uma «vontade» mas apenas na sequência de fenómenos naturais que seguem leis bens definidas e sem excepções. O nascimento das estrelas será apresentado em breve no «outra física», de forma sumária. Isto está de acordo com o teu conceito, ou, ao contrário, pensas que estas coisas acontecem sem ser em obediência a leis físicas?
Nota que o facto de as coisas acontecerem em obediência a leis físicas não é contrário a um conceito panteísta, mas não é o mesmo conceito de quem pensa que as coisas acontecem em obediência a uma «vontade» e não a «leis»; eu queria perceber onde se situa o teu pensamento.
Alf,
É claro que há leis físicas subjacentes aos fenómenos naturais mas isso não anula a hipótese de Deus e também não é confundivel com uma "vontade".
Eu comparei Deus a um corpo. Por acaso a miríade de acontecimentos que ocorrem num corpo humano a toda a hora dependem da vontade do humano? Não. O corpo é auto-regulado. Não precisamos sequer pensar que temos de respirar para sobreviver, são processos automáticos. A vida simplesmente acontece-nos. O que eu digo é que vida (fluxo vital) e Deus são a mesma coisa. Possivelmente até estamos aqui a falar de energia e nesse caso o imenso mar de energia em que estamos imersos seria o Deus da minha definição.
Pink
Quando tomei contacto com esse conceito, ainda adolescente, fiquei fascinado, senti que era um grande progresso em relação ao Deus das aulas de Religião e Moral.
Com o tempo, vamos começando a pôr questões, já não nos satisfaz o que em tempos nos pareceu perfeito e completo e acabamos a procurar por nós próprios.
Netes posts vou apresentando algumas coisas que fui comprendendo desde então.
Enviar um comentário