segunda-feira, outubro 20, 2008
As Rainhas
Durante milénios, com interrupções muito pontuais, Dona Escassez foi Rainha dos preços dos produtos. Tudo era escasso, excepto as pessoas. Até muito recentemente. Grandes livros de Economia que mesmo hoje fazem escola são ainda desse tempo.
Mas a Humanidade, na sua luta estrénua e milenar contra a sinistra Dona Escassez, encontrou finalmente armas poderosas: a força dos Combustíveis fósseis e do Conhecimento rebentou os limites da capacidade de produção. Energia e Conhecimento, são estas as duas armas capazes de derrotar, destruir, aniquilar, a misantrópica, tristonha Dona Escassez.
A capacidade de produção de muitos bens (os mais importantes) cresceu imenso, tornou-se muito maior que a capacidade de absorção do mercado. Mas Dona Escassez viu aí o seu ponto de fuga, ágil como qualquer velhaco saltou dos Bens para o Mercado - a Escassez passou a ser de Mercado, não dos bens essenciais.
Desenvolveram-se então novas teorias económicas, assentes no marketing, ou seja, na geração de um mercado que já não resulta de reais necessidades das pessoas. Na invenção de novas necessidades para criar mais mercado. Produtos de sucesso são produtos de alguma forma «especiais», seja por serem «melhores», «diferentes», «novos», «únicos», «verdes», «empenhados numa sociedade melhor», etc.. Produtos que satisfazem em quem os compra uma necessidade que não é apenas aquela que directamente corresponde ao produto, mas uma necessidade de outro tipo – de estatuto, de diferenciação, de poder, de novidade, de mudança, de estética, de qualidade, de pertença a um grupo, ou o oposto, etc.
Paralelamente, desenvolveu-se também uma nova filosofia adequada à situação do excesso de oferta – cartelização, lobbying, destruição de produção em excesso, introdução de prazos de validade, definição de quotas de produção, incentivos à não-produção, etc. Isso permitiu evitar uma catástrofe da actividade de produção e adequar a oferta ao mercado. A esquálida, feia, assexuada Dona Escassez foi enquadrada, espartilhada, manietada, tornada quase inofensiva.
Quase, mas não totalmente: alguns bens continuaram genuinamente escassos – por exemplo, a Habitação nos novos locais de agregação social.
Os livros de gestão iam ensinando as novas técnicas para viver neste novo sistema de abundância: os sinais para combinar preços, a forma de fazer propostas ganhadoras que conduzissem a inevitáveis «trabalhos a mais», etc, etc..
Mas eis que uma personagem, até aí de fraca figura, porque só pode crescer na Abundância, faz a sua brusca aparição neste teatro humano: Dona Corrupção cresceu, engordou, os papudos dedos encheram-se de anéis, as mãos agarrando toda a riqueza que devora, devora, possuída de frenesim mórbido, Rainha cega, indiferente, à destruição que vai causando.
Entretanto a Humanidade globalizou a economia, numa tentativa de expansão de alguns mercados. A Dona Corrupção exultou, abocanhou, engordou.
As técnicas dos concursos já não são de como responder aos cadernos de encargos mas de como os fazer para que ganhe quem se quer que ganhe, com as margens para «trabalhos a mais» necessários à fome da Dona Corrupção; por todo o lado se multiplicam astronómicos «bónus», «prémios», «comparticipações», «pensões», «indemnizações», jogos de poder, atribuição de lugares sem mérito, favores, etc., porque Dona Corrupção é esperta, sabe gerir a infinita cupidez humana para fazer de todos os humanos seus cúmplices. Tudo a trabalhar para o lucro imediato. Todas as actividades tendem a ser actividades de especulação, como a Bolsa, ou de extorsão – os cartões de crédito, os esquemas de vendas, os leasings, as «fidelizações» obrigatórias a serviços, os empréstimos. No início da actividade bancária, dizia-se que os bancos só emprestavam a quem não precisava; agora o negócio consiste em emprestar a quem não pode pagar, para depois cobrar juros usuários e crescentes a quem não consegue ver-se livre da dívida. Os empréstimos vencem juros, a amortização é a mínima possível.
Dona Corrupção entra em paranóia mórbida. Por exemplo, os administradores dos bancos americanos falidos nem pensam em prescindir dos seus brutais bónus, cerca de 10% do dinheiro com que a Reserva Federal tem de entrar para salvar as empresas que administram. Mas isto é só um exemplo, porque a Dona Corrupção está em todo o lado, do ex-administrador do Banco de Portugal que abifa uma pensão milionária sem qualquer justificação moral, ao Juíz que não quer prescindir dos seus 2 meses de férias, ao médico que não quer picar o ponto, ao paizinho que inscreve o filho na escola particular para «comprar» a entrada na Universidade, ao trabalhador que consegue um atestado médico injustificado. Pessoas que surgem ricas a partir do nada, com fortunas colossais sem que se lhes conheça qualquer actividade produtiva, são incensadas, eleitas, comendadas. A Rainha Dona Corrupção é o exemplo a seguir. Pais educam os filhos no activo repúdio da Honestidade, esse estigma dos perdedores.
Tudo isto se tornou possível sob o beneplácito da bonacheirona Dona Abundância. Uma «não-te-rales». Convencida de que o «amanhã» só pode ser melhor do que o «hoje». Que o seu crescimento é garantido. Um dígito ou dois dígitos de crescimento, eis a única questão. A impensável situação de não crescer é batizada com nomes feios, como «Recessão».
Mas os benefícios da Globalização começam a esgotar-se – os mercados para onde se pretendia a expansão desataram a produzir e a Globalização, mais do que uma solução, ameaça tornar-se um problema económico.
Dona Corrupção é uma nova-rica, uma arrivista; ao invés, Dona Escassez tem milénios de sabedoria nos ossos velhos. Silenciosamente, pé ante pé, alheia ao corre-corre em redor da Dona Corrupção, cada um procurando servi-la quanto pode, Dona Escassez instala-se na Energia, com a estratégia milenar: primeiro o petróleo muito barato para eliminar as possíveis concorrências e estabelecer a dependência, depois o controlo da extracção para fazer subir o preço.
O preço dos produtos que são não-escassos - agora, quase todos os produtos essenciais são não-escassos, enquanto que os produtos não-essenciais são escassos - está sujeito à concorrência e tende para o preço da energia necessária à sua obtenção. A subida do preço da energia afecta sobretudo os mais pobres, que são os que consomem os produtos essenciais, os de «linha branca», aqueles cujo preço reflecte directamente o preço da energia. Os menos pobres compram produtos de marca ou, de alguma forma, «especiais», cujo preço é muitas vezes superior ao custo energético, portanto, muito menos sensível a este.
A subida do preço da energia implica assim um aumento de pobreza, não por as pessoas passarem a ganhar menos dinheiro mas por o preço dos bens essenciais ter de reflectir essa subida no orçamento daqueles que já estão no limiar da sobrevivência.
Instalada na Energia, Dona Escassez deixa-se expulsar da Habitação, «peanuts» ao pé do que ela tem agora na mão, enquanto um gargalhada sinistra lhe desce pela garganta.
Se o fim da escassez da Habitação é uma boa notícia a prazo, por agora traz uma grave consequência: o excesso de preço da habitação desaparece subitamente em mercados importantes e isso corresponde ao desaparecimento de uma imensa massa monetária virtual.
Todo o processo de extorsão que a Dona Corrupção tinha baseado no valor do imobiliário explode de repente – em vez de ficarem dependentes da dívida que não amortiza, as pessoas simplesmente entregam a casa ao banco e arranjam outra (ou a mesma) a um preço inferior ao da dívida que tinham. Poof, os grandes extorsionários entram em crise e, com eles os grandes especuladores, que são dependentes do crescimento da massa monetária virtual. De repente percebe-se que Dona Abundância não crescera, apenas estava inchada de riqueza virtual. Um fluxo monetário flui acelerado dos muitos consumidores de Energia para os poucos que controlam a produção e Dona Abundância corre atrás.
Há muitos anos que os Governos perceberam a jogada da Dona Escassez; tentaram contrariá-la com a técnica da «mentira conveniente», que é forma possível de gerir os humanos quando o conceito de «Inferno» já perdeu a força. Primeiro, foi o «arrefecimento global» produzido pelas partículas de carbono que os combustíveis fósseis introduziam na atmosfera, tal como o demonstram as explosões dos grandes vulcões, depois foi o «aquecimento global» pela libertação do CO2, tal como o mostra o passado quente da Terra. Mas foi um combate fraco porque Dona Abundância exigia sempre mais Energia e barata.
Os bancos centrais estão a injectar biliões de dólares, euros e libras; uma forma de temporariamente compensar a perda de riqueza resultante da subida do preço da energia e da perda de moeda virtual causada pelos mecanismos de extorsão e especulação que colapsaram.
Por agora, a redução no consumo de energia fez baixar o preço desta (não é coisa facilmente armazenável, tem uma resposta lenta às flutuações de consumo); mas os reajustes da OPEP e a retoma de «liquidez» do mercado vai fazer subir de novo o preço da energia. A única forma de realmente conter a presente crise é através de fontes alternativas de energia, estabelecer concorrência no sector, combater este novo reduto da Dona Escassez.
Os combustíveis fósseis não são nocivos ao planeta; como veremos, o seu consumo é mesmo essencial à saúde do planeta; o que é nocivo, para o nosso sistema económico, é a dependência deles. Como seria nociva uma dependência da energia nuclear, ou de um fabricante de paineis solares. Não é o tipo de energia que é bom ou mau, é a dependência do fornecedor.
... a guerra contra a Dona Escassez poderemos vir a ganhá-la... mas a guerra contra a Dona Corrupção que, ao contrário da Dona Escassez, vive dentro de nós, poderemos algum dia ganhá-la?
.
Mas a Humanidade, na sua luta estrénua e milenar contra a sinistra Dona Escassez, encontrou finalmente armas poderosas: a força dos Combustíveis fósseis e do Conhecimento rebentou os limites da capacidade de produção. Energia e Conhecimento, são estas as duas armas capazes de derrotar, destruir, aniquilar, a misantrópica, tristonha Dona Escassez.
A capacidade de produção de muitos bens (os mais importantes) cresceu imenso, tornou-se muito maior que a capacidade de absorção do mercado. Mas Dona Escassez viu aí o seu ponto de fuga, ágil como qualquer velhaco saltou dos Bens para o Mercado - a Escassez passou a ser de Mercado, não dos bens essenciais.
Desenvolveram-se então novas teorias económicas, assentes no marketing, ou seja, na geração de um mercado que já não resulta de reais necessidades das pessoas. Na invenção de novas necessidades para criar mais mercado. Produtos de sucesso são produtos de alguma forma «especiais», seja por serem «melhores», «diferentes», «novos», «únicos», «verdes», «empenhados numa sociedade melhor», etc.. Produtos que satisfazem em quem os compra uma necessidade que não é apenas aquela que directamente corresponde ao produto, mas uma necessidade de outro tipo – de estatuto, de diferenciação, de poder, de novidade, de mudança, de estética, de qualidade, de pertença a um grupo, ou o oposto, etc.
Paralelamente, desenvolveu-se também uma nova filosofia adequada à situação do excesso de oferta – cartelização, lobbying, destruição de produção em excesso, introdução de prazos de validade, definição de quotas de produção, incentivos à não-produção, etc. Isso permitiu evitar uma catástrofe da actividade de produção e adequar a oferta ao mercado. A esquálida, feia, assexuada Dona Escassez foi enquadrada, espartilhada, manietada, tornada quase inofensiva.
Quase, mas não totalmente: alguns bens continuaram genuinamente escassos – por exemplo, a Habitação nos novos locais de agregação social.
Os livros de gestão iam ensinando as novas técnicas para viver neste novo sistema de abundância: os sinais para combinar preços, a forma de fazer propostas ganhadoras que conduzissem a inevitáveis «trabalhos a mais», etc, etc..
Mas eis que uma personagem, até aí de fraca figura, porque só pode crescer na Abundância, faz a sua brusca aparição neste teatro humano: Dona Corrupção cresceu, engordou, os papudos dedos encheram-se de anéis, as mãos agarrando toda a riqueza que devora, devora, possuída de frenesim mórbido, Rainha cega, indiferente, à destruição que vai causando.
Entretanto a Humanidade globalizou a economia, numa tentativa de expansão de alguns mercados. A Dona Corrupção exultou, abocanhou, engordou.
As técnicas dos concursos já não são de como responder aos cadernos de encargos mas de como os fazer para que ganhe quem se quer que ganhe, com as margens para «trabalhos a mais» necessários à fome da Dona Corrupção; por todo o lado se multiplicam astronómicos «bónus», «prémios», «comparticipações», «pensões», «indemnizações», jogos de poder, atribuição de lugares sem mérito, favores, etc., porque Dona Corrupção é esperta, sabe gerir a infinita cupidez humana para fazer de todos os humanos seus cúmplices. Tudo a trabalhar para o lucro imediato. Todas as actividades tendem a ser actividades de especulação, como a Bolsa, ou de extorsão – os cartões de crédito, os esquemas de vendas, os leasings, as «fidelizações» obrigatórias a serviços, os empréstimos. No início da actividade bancária, dizia-se que os bancos só emprestavam a quem não precisava; agora o negócio consiste em emprestar a quem não pode pagar, para depois cobrar juros usuários e crescentes a quem não consegue ver-se livre da dívida. Os empréstimos vencem juros, a amortização é a mínima possível.
Dona Corrupção entra em paranóia mórbida. Por exemplo, os administradores dos bancos americanos falidos nem pensam em prescindir dos seus brutais bónus, cerca de 10% do dinheiro com que a Reserva Federal tem de entrar para salvar as empresas que administram. Mas isto é só um exemplo, porque a Dona Corrupção está em todo o lado, do ex-administrador do Banco de Portugal que abifa uma pensão milionária sem qualquer justificação moral, ao Juíz que não quer prescindir dos seus 2 meses de férias, ao médico que não quer picar o ponto, ao paizinho que inscreve o filho na escola particular para «comprar» a entrada na Universidade, ao trabalhador que consegue um atestado médico injustificado. Pessoas que surgem ricas a partir do nada, com fortunas colossais sem que se lhes conheça qualquer actividade produtiva, são incensadas, eleitas, comendadas. A Rainha Dona Corrupção é o exemplo a seguir. Pais educam os filhos no activo repúdio da Honestidade, esse estigma dos perdedores.
Tudo isto se tornou possível sob o beneplácito da bonacheirona Dona Abundância. Uma «não-te-rales». Convencida de que o «amanhã» só pode ser melhor do que o «hoje». Que o seu crescimento é garantido. Um dígito ou dois dígitos de crescimento, eis a única questão. A impensável situação de não crescer é batizada com nomes feios, como «Recessão».
Mas os benefícios da Globalização começam a esgotar-se – os mercados para onde se pretendia a expansão desataram a produzir e a Globalização, mais do que uma solução, ameaça tornar-se um problema económico.
Dona Corrupção é uma nova-rica, uma arrivista; ao invés, Dona Escassez tem milénios de sabedoria nos ossos velhos. Silenciosamente, pé ante pé, alheia ao corre-corre em redor da Dona Corrupção, cada um procurando servi-la quanto pode, Dona Escassez instala-se na Energia, com a estratégia milenar: primeiro o petróleo muito barato para eliminar as possíveis concorrências e estabelecer a dependência, depois o controlo da extracção para fazer subir o preço.
O preço dos produtos que são não-escassos - agora, quase todos os produtos essenciais são não-escassos, enquanto que os produtos não-essenciais são escassos - está sujeito à concorrência e tende para o preço da energia necessária à sua obtenção. A subida do preço da energia afecta sobretudo os mais pobres, que são os que consomem os produtos essenciais, os de «linha branca», aqueles cujo preço reflecte directamente o preço da energia. Os menos pobres compram produtos de marca ou, de alguma forma, «especiais», cujo preço é muitas vezes superior ao custo energético, portanto, muito menos sensível a este.
A subida do preço da energia implica assim um aumento de pobreza, não por as pessoas passarem a ganhar menos dinheiro mas por o preço dos bens essenciais ter de reflectir essa subida no orçamento daqueles que já estão no limiar da sobrevivência.
Instalada na Energia, Dona Escassez deixa-se expulsar da Habitação, «peanuts» ao pé do que ela tem agora na mão, enquanto um gargalhada sinistra lhe desce pela garganta.
Se o fim da escassez da Habitação é uma boa notícia a prazo, por agora traz uma grave consequência: o excesso de preço da habitação desaparece subitamente em mercados importantes e isso corresponde ao desaparecimento de uma imensa massa monetária virtual.
Todo o processo de extorsão que a Dona Corrupção tinha baseado no valor do imobiliário explode de repente – em vez de ficarem dependentes da dívida que não amortiza, as pessoas simplesmente entregam a casa ao banco e arranjam outra (ou a mesma) a um preço inferior ao da dívida que tinham. Poof, os grandes extorsionários entram em crise e, com eles os grandes especuladores, que são dependentes do crescimento da massa monetária virtual. De repente percebe-se que Dona Abundância não crescera, apenas estava inchada de riqueza virtual. Um fluxo monetário flui acelerado dos muitos consumidores de Energia para os poucos que controlam a produção e Dona Abundância corre atrás.
Há muitos anos que os Governos perceberam a jogada da Dona Escassez; tentaram contrariá-la com a técnica da «mentira conveniente», que é forma possível de gerir os humanos quando o conceito de «Inferno» já perdeu a força. Primeiro, foi o «arrefecimento global» produzido pelas partículas de carbono que os combustíveis fósseis introduziam na atmosfera, tal como o demonstram as explosões dos grandes vulcões, depois foi o «aquecimento global» pela libertação do CO2, tal como o mostra o passado quente da Terra. Mas foi um combate fraco porque Dona Abundância exigia sempre mais Energia e barata.
Os bancos centrais estão a injectar biliões de dólares, euros e libras; uma forma de temporariamente compensar a perda de riqueza resultante da subida do preço da energia e da perda de moeda virtual causada pelos mecanismos de extorsão e especulação que colapsaram.
Por agora, a redução no consumo de energia fez baixar o preço desta (não é coisa facilmente armazenável, tem uma resposta lenta às flutuações de consumo); mas os reajustes da OPEP e a retoma de «liquidez» do mercado vai fazer subir de novo o preço da energia. A única forma de realmente conter a presente crise é através de fontes alternativas de energia, estabelecer concorrência no sector, combater este novo reduto da Dona Escassez.
Os combustíveis fósseis não são nocivos ao planeta; como veremos, o seu consumo é mesmo essencial à saúde do planeta; o que é nocivo, para o nosso sistema económico, é a dependência deles. Como seria nociva uma dependência da energia nuclear, ou de um fabricante de paineis solares. Não é o tipo de energia que é bom ou mau, é a dependência do fornecedor.
... a guerra contra a Dona Escassez poderemos vir a ganhá-la... mas a guerra contra a Dona Corrupção que, ao contrário da Dona Escassez, vive dentro de nós, poderemos algum dia ganhá-la?
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18 comentários:
Este post interrompe a série sobre o balanço energético mas, em parte por causa dos comentários do Tarzan, pareceu-me conveniente largar aqui o que vou pensando sobre estas coisas.
Claro que isto é apenas a percepção de um ET, cuja cabeça tem outras preocupações (..salvar a Humanidade das consequências do próximo Evento, para quem já esqueceu...). Como é que vocês, humanos, entendem isto?
A análise está mesmo muito gira. Nuns pontos incrivelmente certeira, noutros, não tão correcta. Logo escrevo aqui alguns complemtentos que acrescentaria/corrigiria à sua análise.
Belo post!
Não podemos aliciar a Dª Escassez?
O mal de tudo isto foi o fim da guerra fria.
Tarzan
Obrigado. Pintei um quadro um bocado negro demais, mas um pintor não é um fotógrafo...
Espero ansioso a tua análise
antónio
O que é que queremos da vida?
Sermos famosos, ricos, poderosos?
Então agiremos em favor do nosso interesse a curto prazo, pisaremos os outros, seremos potencialmente corruptos - é só surgir a oportunidade... Com a nossa existência a sociedade só tem perder, com muitos de nós a sociedade sossobrará.
Queremos sentir-nos úteis, a felicidade dos outros importa-nos, queremos amar e ser amados, queremos que a nossa existência conte para uma sociedade melhor?
Então a sociedade só tem a ganhar connosco. Com muitos de nós, a sociedade agradecerá a cada um a sua contribuição, e cresceremos todos juntos. Alguns serão ricos e famosos mas saberão sempre que a grande Lei da Vida é a Lei do Mais Útil.
Eu penso que o que gera os grandes problemas de agora é o aparecimento da Abundância numa população que não estava preparada para ela - como uma família quando recebe uma herança e tem de fazer partilhas.
Nisso os orientais levam-nos grande vantagem.
Alf (bom post e melhor escrito),
Você esquece-se que os Mestres da Corrupção são os donos dos Bancos Centrais e Comerciais, do Petróleo, dos Media, da Política, das Armas e de um sem número de outros?
Como pensa você que eles se alinham todos tão certinhos em estratégias comuns de ganância?
Diogo
Obrigado. Os mestres da corrupção são... toda a gente, não é? Salvo umas quantas excepções, aos outros aplica-se a frase: "quem tem poder...usa-o". No seu interesse pessoal é claro. Claro que quem tem mais poder... mas a semente de corrupção está por todo o lado, esperando apenas o ambiente favorável para germinar.
Isto é instintivo nos seres humanos, somos naturalmente predadores do meio; mas precisamos de encontrar formas - regras, educação, cultura - que nos permitam subordinar essa caracteristica ao interesse colectivo.
Um exemplo: o Campos e Cunha, se a memória não me falha, recebe uma pensaõ milionária vitalicia por ter sido uns meses administrador do Banco de Portugal; o Eanes ganhou uma acção em tribunal contra o estado que lhe estava a dever mais de um milhão euros de pagamentos a que ele tinha direito e recusou receber esse dinheiro. Deveríamos aplaudir o Eanes e apupar o Campos e Cunha, não é? Mas fazemos o contrário: achamos que o Eanes é um tonto, e o Campos e Cunha faz o que nós faríamos no lugar dele - afinal, não está a fazer nenhuma ilegalidade , não é?
Pois é, a corrupção está em nós, não vale a pena apontar o dedo a ninguém se não percebermos isso; porque não é a pessoa A ou B que é corrupta, são as regras sociais, culturais, económicas que a permitem e até incensam. Não é contra pessoas ou grupos de pessoas que temos de lutar, é contra as regras e a cultura.
Eu na lista dos desejos acrescentaria uma certa apresentadora da TV, posso?
Concordo. Confundi corrupção com os que têm os grandes meios para o fazerem, e o fazem.
Corruptos, acabamos por ser todos. Uns mais...
"todos os meios foram sempre escassos menos os homens" - exacto, e aí está a história da escravatura clássica e os novos emigrantes modernos para o comprovar
«Paralelamente, desenvolveu-se também uma nova filosofia adequada à situação do excesso de oferta – cartelização, lobbying, destruição de produção em excesso, introdução de prazos de validade, definição de quotas de produção, incentivos à não-produção, etc. Isso permitiu evitar uma catástrofe da actividade de produção e adequar a oferta ao mercado.»
Catástrofe? Só se for para alguns. Cortar na oferta não serve para adequar a oferta ao mercado. Serve para a distorcer. Mais concretamente, adequar o preço aos interesses do grupo de agentes do lado da oferta. Isto acontece frequentemente quando os produtores têm poder de coordenação suficiente para fazer valer os seus interesses não através da procura de maior eficácia mas mexendo nas regras do jogo.
«alguns bens continuaram genuinamente escassos – por exemplo, a Habitação nos novos locais de agregação social.»
Deve estar a referir-se às grandes cidades. Aí a escassez deve-se a impossibilidade física de vivermos todos no Marquês de Pombal.
«Os livros de gestão iam ensinando as novas técnicas para viver neste novo sistema de abundância: os sinais para combinar preços, a forma de fazer propostas ganhadoras que conduzissem a inevitáveis «trabalhos a mais», etc, etc..»
Acho que a "esperteza" teve mais culpas no cartório do que propriamente os livros de gestão. Aliás não me estou a lembrar de nenhum livro de gestão que ensine nenhum dos truques que referiu.
«As técnicas dos concursos já não são de como responder aos cadernos de encargos mas de como os fazer para que ganhe quem se quer que ganhe»
Aqui toca num ponto essencial. A corrupção é um problema com origem essencialmente no "corrompido". A Corrupção pode ser consequência de:
1- Não existência de mecanismos (legais ou outros quaisquer) que penalizem o corrompido. O dono de uma empresa não aceita um suborno para tomar uma determinada decisão se souber que esta é prejudicial para a sua empresa e consequentemente para si. Já o empregado poderá, caso as hipóteses de ser apanhado sejam baixas, não se importar em ser corrompido pois as consequências de obedecer ao corruptor não o prejudicam directa e imediatamente;
No Estado isso é particularmente gritante pois ninguém que lá trabalha é directamente penalizado pelo não funcionamento do mesmo. Quanto muito é penalizado politicamente mas isso passa depressa.
2- O grau de envolvimento/responsabilização das pessoas na organização em que trabalham. Se as pessoas tiverem consciência da importância do seu contributo para a organização e estiverem envolvidas no processo produtivo, os riscos de corrupção são menores
3- A cultura do meio em que se vive. Nos países árabes enganar o outro é um sinal de inteligência e não tem a conotação moral que lhe damos.
4- Concentração de poder. Quando há uma situação de monopsónio (equivalente a monopólio mas do lado da procura) a lógica que prevalece é a do leilão: ganha a melhor oferta. Como é impossível por em lei uma lei/regra que seja justa e permita toda e qualquer forma de maximização da receita, a lei/regra que se cria é apenas uma fachada e só invocada quando oportuno.
A Corrupção é sempre um sinal de fraqueza por parte de quem é passível de ser corrompido ou de quem tem obrigação por velar que essa corrupção não ocorra. O corruptor só age quando sabe que tem boas hipóteses de ser bem sucedido e anda sempre à procura de brechas por onde entrar.
«extorsão – os cartões de crédito, os esquemas de vendas, os leasings, as «fidelizações» obrigatórias a serviços, os empréstimos.»
A extorsão deveria estar entre parentesis. Ela implica sempre a ausência de liberdade de escolha por parte da "vítima". Os exemplos que deu são mais de aliciamento do que de extorsão.
(continua)
(eventualmente)
é um pouco desviado do tema, mas será útil aos meus amigos.
exemplo de extorsão por intermédio do telemóvel,(sinal dos tempos) com colaboração do operador TMN (e dos outros idem).
há dois ou três dias, a minha esposa para mim:
mandaram-me uma mensagem e não sei de quem é.
respondo-lhe : não abras.
ontem, de novo: não sei quem é que me está a mandar mensagens todos os dias!
peço para me mostrar sem carregar em nenhum botão.
dizia Mensagem de serviço:
aceitar ou rejeitar?
http://dl1.sms247.tv/listaintermi náveldenúmeros.wmv
percebo o engodo e não aceito o serviço.
pelo google não consigo informação.
telefono para a simpática do 1696 da TMN e informa-me que aquele serviço tem acesso ao meu saldo e que tenho de enviar sms para cancelar o serviço para o nº 3633 com a palavra STOP.
recebi de seguida dois SMS
' a sua assinatura WPHONE foi cancelada' Idem para WSILENCE.
Menina, como é que posso bloquear estes serviços de modo definitivo e permanente ? Não pode.
Como reclamo ?
Reclame por escrito para o FAX 217914440 da TMN, morada ....
Ainda há momentos aterrei num sítio por engano, onde uma caixa de diálogo literalmente vibrante oferecia 'download de ringtones'.
poderia ter clicado e escolher o telemóvel de um inimigo de estimação, e ele que pagasse.
é tentador para as crianças, e adultos menos avisados, clicar para satisfazer a curiosidade.
depois alguém vai pagando, desconhecedor do custo semanal (quer aceite ou não o download)
o site desse serviço é o http://www.celldorado.com
custos de 2 a 4 euros semanais a favor de uma empresa sediada na Holanda.
A minha esposa não fez nenhum contrato com ninguém e assaltam-lhe o saldo?
não me admira que a TMN também ganhe algum na intermediação e, está a roubar também.
Tarzan
Obrigado pela detalhada análise. Este post não mereceria tanto!
Ponto por ponto:
1-
"Catástrofe? Só se for para alguns. Cortar na oferta não serve para adequar a oferta ao mercado. Serve para a distorcer"
Já falei nos ciclos presa-predador. Estes mecanismos simples procura-oferta não são estáveis, são sistemas dinâmicos com comportamentos naturais do tipo presa-predador.
Por isso, o controlo da oferta é fundamental para prevenir a catástrofe a que este sistema dinâmico necessariamente conduz. Por isso é que há cotas na produção do leite ou se queima o excesso de café ou a OPEP reduz a produção ou todas as outras coisas que enumerei.
O conhecimento dos sistemas dinâmicos, da teoria do caos, dos ciclos presa-predador são essenciais à compreensão de muitos fenómenos, quer físicos, quer biológicos, quer económicos. Como veremos, o modelo das estrelas está errado por falta de atenção a esta questão. E as consequências deste erro não poderiam, na verdade, ser mais graves... é que não poderiam mesmo...
2-
a população deixou de ser «rural» para passar a ser «urbana»; este movimento maciço da população é que manteve a habitação como bem escasso nas zonas procuradas.
3 - técnicas para combinar preços nos livros de gestão: eu não li, alguém que os leu me disse. Mas sei de experiência própria que a primeira coisa que os concorrentes a um concurso muitas vezes fazem (nem sempre, há casos em que isso não faz sentido) é contactar uns com os outros, não necessariamente para «combinar preços» mas para ajustar da melhor forma as capacidades de cada empresa ao concurso; pelo menos os concorrentes «civilizados» fazem isso. Isso não é «corrupção», é sabedoria. Os que o não fazem é que costumam ser grandes vigaristas, ou têm uma estratégia de corrupção montada.
(estou a lembrar-me de uma empresa japonesa que concorreu a um concurso de cá e, coincidência das coincidências, mandou cá um negociador que alugou um andar ao acaso e não é que, coincidência das coincidências, o vizinho do lado era o director financeiro da empresa que abriu o concurso!)
4- a corrupção
todo o ser humano tem o seu preço - as excepções só confirmam a regra. Logo, a corrupção é inerente a um sistema humano e é inversamente proprocional ao combate que o sistema lhe faz, através das regras que estipula. E aqui está a dificuldade: toda a gente se julga mais esperta que o vizinho e a verdade é que a generalidade das pessoas não parece interessada em combater a corrupção. Nos paises onde esse combate é mais eficiente, isso normalmente é devido à acção de um indivíduo em particular - estou a lembrar-me do Cromwell em Inglaterra - que foi capaz de impor regras anticorrupção que resistiram ao tempo.
Muitas pessoas pensam que são «incorruptiveis» porque pensam que as suas pequenas «corrupções» (estacionar sem pagar o ticket, fazer uma obrazita sem autorização, pedir um atestado a um amigo, meter uma cunha, etc) são justificáveis; mas a verdade é que as pessoas fazem pequenas corrupções porque sofrem pequenas tentações, se sofrerem grandes tentações fazem grandes corrupções. Recusava a pensão do Banco de Portugal se estivesse no lugar do Campos e Cunha?
Claro que há corrupção e corrupção. Um ex-presidente de Camara arranjou uma empresa municipal para uma ex-mulher (e que agora ainda recebeu uma choruda indemnização para largar o lugar). Alguém se atreve a dizer que a senhora é corrupta por aceitar um lugar para que não tinha competência? Aqui em Portugal, não!
5- extorsão
eu não posso escolher um tarifário de net sem fidelização porque não há - logo, não tenho liberdade de escolha. As pessoas entram nos cartões de crédito sem saber que por detrás está uma máquina montada que visa mantê-las eternamente a pagar juros, levando-as a criar uma dívida maior do que o que podem pagar e, segundo me disseram, há mesmo quem, depois de ter a certeza que o devedor não consegue amortizar a dívida, pratique juros crescentes com a antiguidade da dívida.
A mim, o Barclays deu-me um cartão de crédito a troco de eu o autorizar a meter dinheiro na minha conta; aumenta-me «automaticamente» o plafond do cartão - o Barclays, como outros bancos, usam uma estratégia de produzir um enriquecimento momentaneo da «vítima» para depois a apanharem em dependência. Como se justificam as altas taxas de juro praticadas nos cartões?
Podes chamar-lhe «aliciamento» mas para mim essa palavra soa-me muito branda. Temos de nos lembrar de que a maior parte das pessoas que fizeram os dificilimos exames da matemática do antigamente, na verdade, não sabem fazer contas... nem com máquina de calcular!
Devo dizer que já vi de quase tudo - por exemplo, os empregados de uma empresa irem tranquilamente sabotarem as máquinas de uma concorrente depois de sairem do seu emprego.
Isso que me dizes de nos paises árabes ser considerado um sinal de inteligencia enganar o outro explica muito do que tenho assistido - a nossa cultura não é muito diferente (até há o ditado: ladrão que rouba ladrão... assim toda a gente pode roubar porque, afinal, o outro é sempre um ladrão...). Mas não é só nos Árabes ou aqui - a estratégia financeira dos bancos e não só consiste nisso mesmo: como enganar o outro para obter mais lucros? A estratégia das entidades financeiras não tem a ver com «gerar riqueza» (produzindo)mas com «gerar dinheiro» e «gerar fluxos de dinheiro dos outros para mim». Claro que eu não sou contra os bancos, a sua actividade é muito importante, mas a falta de regras adequadas permitiu comportamentos predatórios que originaram uma catástrofe - e não estou a falar da crise da bolsa, estou a falar dos milhões de pessoas entaladas nos juros dos cartões de crédito. as consequências dos cartões de crédito são piores do que as da droga - e isso não tem a ver com o conceito de cartão de crédito em si mas com a forma como os bancos o usaram.
Antigamente, o conceito de «inferno» tinha algum papel no combate ao comportamento predador dos humanos; hoje não tem e ainda não se arranjou um substituto adequado.
Nota que eu não digo que «as pessoas são más». Não necessariamente. Apenas se desconhecem e desconhecem a força dos seus instintos. Que é o que acontece com todos nós.
Isto é que vai para aqui uma filosofia!!!
anonimodenome
Muito a propósito o teu comentário. A «extorção» tornou-se uma actividade «nobre», na qual toda a gente colabora pressurosamente.
Também o engôdo das chamadas de valor acrescentado continua bem e recomenda-se, passam a vida a «aliciar» os velhinhos lá da aldeia - e não me parece que tenham dificuldade em contratar pessoas para estarem ao telefone a extorquir a magra pensão dos velhinhos das aldeias - sempre é mais fácil do que roubar um doce a uma criança.
Como já disse, há pais que ensinam os filhos na activa repulsa da «honestidade», esse estigma do «perdedor».
O objectivo da existência das pessoas tornou-se o dinheiro, reduziu-se a isso. O Berardo é comendador porque tem dinheiro, não por ter feito algo de útil à sociedade. E como obteve ele o dinheiro, isso não interessa. E esta é a verdadeira mensagem que esta sociedade está a dar, não vale a pena estar com hipocrisias. Se a extorção serve para obter dinheiro, então é um comportamento louvavel, essa é a mensagem que andamos a passar à geração seguinte pelo exemplo.
E como o nosso cérebro aprende pelo exemplo e não pelas palavras, essa é a mensagem que moldará o cérebro dos nossos descendentes.
«Nos paises onde esse combate é mais eficiente, isso normalmente é devido à acção de um indivíduo em particular»
Os países nórdicos têm níveis baixos de corrupção e não me parece que ande por lá nenhum herói beato a tratar do assunto.
«eu não posso escolher um tarifário de net sem fidelização porque não há - logo, não tenho liberdade de escolha.»
Tem a liberdade de não se ligar à net. No entanto acho que há companhias de internet que estariam dispostas a negociar um acesso sem fidelização. Sairia mais caro mas seria possível.
«A mim, o Barclays deu-me um cartão de crédito a troco de eu o autorizar a meter dinheiro na minha conta»
A mim também. Mas não uso nem sou obrigado a fazê-lo. Longe de ser extorsão, portanto.
«a nossa cultura não é muito diferente (até há o ditado: ladrão que rouba ladrão... assim toda a gente pode roubar porque, afinal, o outro é sempre um ladrão...).»
Não podia estar mais de acordo no que se refere a Portugal.
«não sou contra os bancos, a sua actividade é muito importante, mas a falta de regras adequadas permitiu comportamentos predatórios que originaram uma catástrofe»
Eu acho que se resolvia de duas formas: a)Mais literacia financeira
b) Acabar com o sistema de criação de moeda por parte dos bancos obrigando-os a não emprestarem mais dinheiro do que aquele que existe em depósitos.
«O Berardo é comendador porque tem dinheiro, não por ter feito algo de útil à sociedade.»
Até mete dó ver uma pessoa dizer tantos disparates juntos na TV.
Se dúvidas tinhas do teu talento literarios podes desfaze-lo com esta tua posta ;)
beijos
Tarzan
Será que o dinheiro «criado» pelos bancos é relevante? Será que isso tem alguma coisa a ver com esta crise? ... Já estás a dar-me ideias para mais um post...
joaninha
Que bem que me fizeste ao ego! Isso anima-me, diz-me que, se me esforçar, consigo escrever de maneira a ser lido sem aborrecer demasiado. E é só isso que eu quero!
Quanto ao «talento literário», é uma coisa diferente, que espreita nos teus escritos, da EC e do António.
Beijinho
Alf
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