domingo, dezembro 15, 2013

Os outros que paguem a crise



Os políticos do norte da Europa estão a ficar seriamente preocupados com o evoluir da situação, pois as eleições estão a aproximar-se aqui e ali e as populações estão altissimamente insatisfeitas; eles sabem que ou mudam rapidamente de políticas ou vão ficar fora do poder para o resto das suas vidas. (bemm... a não ser que consigam convencer o Zé que afinal está tudo muito bem... eles bem tentam... dizem que foram criadas muitas empresas mas não dizem que são empresas dos médicos que se reformaram antecipadamente para assim poderem continuar a trabalhar acumulando com a reforma... dizem que aumentou a venda dos carros mas não dizem que isso se deveu maioritariamente ao fato de os revendedores de automóveis estarem a vender muito para Angola... dizem que baixaram os inscritos nos centros de emprego mas não dizem que às pessoas com mais de 45 anos lhes é dito: "quer inscrever-se para quê? para as estatísticas?" e esquecem a verdadeira debandada de portugueses para o estrangeiro... enfim... nesta altura o Zé já devia saber que eles nunca, mas nunca, falam verdade).

Sucedem-se os discursos e as iniciativas; até a Grécia já bate o pé à troika. Os ventos de mudança sopram com força crescente. Bruxelas decidiu começar a investigar, a denunciar as manobras dos Bancos e propõe-se agora impor um corte nos lucros obscenos da Banca cortando os custos dos terminais de pagamento para ¼.

Foi uma excelente ideia de Bruxelas porque os banqueiros e os que os suportam deixaram logo cair a máscara. O douto conselheiro do PR Vitor Bento veio logo a terreiro afirmar que alguém iria pagar mas não eles. Os 100 milhões de lucros anuais que o sistema dá são intocáveis, no dinheiro deles não se toca. Nem neste nem no das PPP nem no das SWAPS nem em nada.

É assim: eles, que têm vivido à grande, muitíssimo acima das suas possibilidades e méritos, que nadam em dinheiro em contas em offshores, dinheiro obtido de formas ilícitas e até criminosas, e que geraram a enorme quantidade de “ativos” que nada valem e que são a causa desta crise, eles, os culpados, querem que sejamos nós a pagar o prejuízo, e não querem contribuir com um tostão que seja.

Nada de novo: eles enriqueceram roubando e é isso que continuam a fazer. É só o que sabem fazer. Por dinheiro, são como macaco por banana.

Como é que podemos acreditar que o Vitor Bento, conselheiro do PR, o aconselhe a defender os nossos interesses se a prioridade dele são os interesses opostos aos nossos? E para que quereria o PR alguém que o aconselhasse a defender os nossos interesses se ele sempre se preocupou foi com os interesses dele? (se não fosse assim não teria comprado ações do BPN nem teria a casa da Coelha nem estaria rodeado dos amigos que lhe conhecemos).

Para aqueles que, por comodidade, insistem em continuar a pensar que estes governantes governam para nós, aqui fica mais uma evidência gritante dos interesses que defendem. Não se iludam – eles, por dinheiro, são como macacos por banana. Os macacos estão no Poder.

Mas alegrem-se e festejem a saída deste ano – porque os ventos da mudança estão aí. Soprem com eles