quinta-feira, novembro 27, 2008

Estou a Ganhar de Mais e os Portugueses a Ganhar de Menos

Em face do exposto no post anterior é fácil perceber que a saída da crise passa necessariamente por diminuir os rendimentos dos «ricos» e aumentar o rendimento das «famílias». É fantástica esta característica do Capitalismo, não é? Obriga periodicamente a acabar com os pobres!

Isso significa controlar as actividades especulativas e aumentar o rendimento das «famílias» através da diminuição de preços e aumento dos ordenados.

Mas quem decide são os «ricos»; ora aceitar a ideia de que este sistema económico é um jogo que chegou ao fim porque os outros jogadores estão na bancarrota está difícil de aceitar, eles querem continuar a jogar, querem continuar a ganhar muito. Mas já não há mais para ganhar, o jogo tem de voltar ao princípio para se poder voltar a jogar.

Assim, as medidas que se perfilam para sair da crise mais não visam do que tentar a todo o custo manter o fluxo monetário em direcção aos ricos; como as «famílias» já não suportam esse fluxo, a solução miraculosa é alimentá-lo a partir do Estado.

Em vez do aumento dos ordenados, que sai do fluxo dos «ricos», pretende-se baixar o IVA, que é uma forma aparente de repor o poder de compra, de aumentar o ordenado útil; mas isso é um engano, porque o dinheiro que o Estado deixa de receber vai significar menos apoio social para as «famílias» (pior saúde, pior ensino, etc) logo, as «familias» não ganham com isso.

Não é por acaso que a crise explodiu nos EUA. A instituição do Ordenado Mínimo protegeu a economia europeia. A maneira de sair da crise é aumentar os ordenados e reajustar a produção para satisfazer novas necessidades em vez de necessidades que já estão saturadas (por exemplo, menos automóveis e mais geradores eólicos ou solares).

Por outro lado, há que combater os mecanismos especulativos que contribuem fortemente para o crescimento da desigualdade.

Sabem porque é que os administradores da sociedades anónimos têm ordenados e bónus tão extraordinários? Por serem pessoas excepcionais e terem uma influência determinante no sucesso da sociedade? Nada disso!!!!

Tanto quanto percebo, o mecanismo é o seguinte: um pequeno grupo de pessoas tem uma percentagem de acções que lhes garante direito a um lugar no Conselho de Administração; suponhamos que representam 20% do capital da empresa. Essa empresa gera lucros sobre todo o seu capital, suponhamos que tem uma rentabilidade de 3%. Se ela distribuisse dividendos, todos os accionistas teriam um rendimento de 3% do capital investido, para além de eventuais mais valias das suas acções. Mas, se em vez de distribuírem dividendos, agarrarem nos lucros da empresa e os pagarem como prémios ou ordenados aos Administradores? Como eles representam 20% do capital da empresa, isso significa que obtêm assim uma rentabilidade de 5x3= 15% do capital que investiram.

Claro que isto é uma descrição simplificada do mecanismo. Mas agora já se entende melhor porque é que os lugares dos conselhos de administração dos bancos são tão ferozmente disputados e porque é que recebem quantias tão extraordinárias, não é verdade?

Depois, aparecem administradores de sociedades que são participadas pelo estado, dependentes de capitais públicos, que se auto-atribuem ordenados milionários com o argumento que estão a «alinhar pelos preços de mercado». Isto é roubo puro. Às vezes, têm por detrás processos de financiamento dos partidos.

Ora esta teia tem de ser desmontada. As sociedades por acções têm de passar a pagar dividendos, o que vai acabar com os ordenados exorbitantes dos seus administradores; os ordenados dos administradores de empresas publicas ou participadas pelo Estado terão de baixar em consequência (para «alinhar pelo mercado», não é?)

O Dr. Victor Constâncio tem dito repetidas vezes que «os portugueses estão a ganhar demais»; é um homem sério, frontal, corajoso, todos o dizem; será pois altura de começar a dizer «Eu estou a ganhar de mais e os portugueses estão a ganhar de menos».
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segunda-feira, novembro 10, 2008

Quantificando a «Depressão»

Apesar da pouca estima que os números merecem da maior parte de nós, não há nada como uma quantificação para nos fazer entender os problemas. Por isso, vou apresentar uns calculozinhos para que se compreenda bem a verdadeira natureza e dimensão da actual crise financeira.

Consideremos a distribuição do rendimento dum país capitalista (tipo EUA mas não só) no ano 2006: 70% do rendimento vai para 10% da população. Vamos admitir que o PIB desse ano nesse país cresceu 2%. Mas na nossa sociedade capitalista, o rendimento das pessoas não cresce por igual, o rendimento dos mais ricos cresce bem mais depressa; vamos admitir que o rendimento dos 10% mais ricos cresceu apenas 8% - e digo «apenas» porque uns números que vi eram maiores, mas não quero assustar-vos demasiado, vou limitar-me a uns míseros 8%. Vejamos agora como variou no mesmo período o rendimento dos restantes 90% da população.

As contas são simples e podemos apresentá-las na seguinte tabela:


Portanto, o rendimento médio de 90% da população diminuiu 12%!!

Mas olhamos à volta e parece que cada vez há mais dinheiro! Como é isso?

Primeiro, nem todas as pessoas destas 90% viram o seu rendimento diminuído. Vamos refinar a nossa análise dividindo o grupo de 90%; a distribuição de rendimentos que vamos supor agora é a seguinte: 10% têm 70% do rendimento, 40% têm 20% e 50% têm 10%. E vamos supor que esses 40% tiveram um crescimento do rendimento nulo: 0%. A tabela fica agora:


Concluímos que 50% da população teve uma perda média de rendimento brutal: -36%!!!

Vocês nem podem acreditar, pois não? Como é possível? Alguns não notam porque estão nos 50% da população que não sofreu isso, e 50% ainda é muita gente, chega perfeitamente para encher restaurantes, bares, discotecas e espectáculos da Madona. Além disso, o crédito fácil veio disfarçar essa perda de rendimento: o rendimento que se perdeu a pronto obteve-se a crédito. O endividamento das «famílias» aumentou. É fácil acusar as «famílias» e a banca desta gestão aparentemente irresponsável das finanças; difícil é suportar tal perda de rendimento, sobretudo a quem já se encontra no limiar de sobrevivência...

Reparem noutra coisa: a percentagem de rendimento que fica nos 10% mais ricos cresce sempre; em 2007, no caso em estudo, passou a ser de 75,6/102=74%. Portanto, o problema agrava-se rapidamente e é fácil perceber em que ano se torna insustentável.

Mas se pensam que isto é um problema só de países como os EUA, podemos analisar os números de um país tipo China, onde os 10% mais ricos ficam com 50% do rendimento. Arbitremos então para um país imaginário neste estadio do seu capitalismo um PIB de 8% e crescimento dos mais ricos de 16%; a primeira tabela é agora:

Portanto, o rendimento médio de 90% da população estacionou; isto significa que parte dela já está a empobrecer. Avancemos mais um ano, reduzindo as taxas de crescimento para 7% e 14%, como é costume acontecer nestas economias (as percentagens de rendimento são agora 58/108=53,7 e 50/108=46,3):

Mais um ano, reduzindo em 1% as taxas de crescimento:

Suponho que não preciso de calcular mais outro ano para verem como a situação na China rapidamente se tornará como a dos EUA.
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Percebe-se agora como é que um candidato que fala em «espalhar a riqueza» ganha as eleições nos EUA: mais de 50% da população está a empobrecer aceleradamente. «Espalhar a riqueza» é do interesse imediato da maioria das pessoas.
(na verdade, é uma situação pré-revolução... que os governos tentam adiar aumentando a massa monetária, mas o quadro agrava-se aceleradamente e conduz fatalmente ao caos)
Como se chega a esta situação? Na verdade, tudo começa em cada um de nós, quando procura pagar à mulher-a-dias o mínimo possível...
(continua)
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sexta-feira, novembro 07, 2008

Felizmente há Recessão!

Os meus leitores que me perdoem, eu tenho coisas bem interessantes e revolucionárias para apresentar, mas tenho de esclarecer os meus próprios raciocínios sobre a actual crise económica, tenho de encontrar uma compreensão que me permita sossegar o pensamento e partir para outras aventuras (bem mais dentro dos meus conhecimentos...). Este texto sou eu a tentar perceber com a ajuda dos meus «botões»; não procurem aqui ensinamentos de quem sabe, porque aqui apenas há reflexões de quem não sabe.

Como é que o PIB cresce sempre (ou quase) e a massa monetária não? Estar «mais rico» não é «ter mais dinheiro»?

Deixa-me lá ver um exemplo básico, que é como poderei começar a perceber as coisas.
Vou supôr uma comunidade de 10 agricultores; todos cultivavam a sua propriedade e faziam tudo o que precisavam: a sua casa, as suas ferramentas, os seus móveis. Um deles, o Loulel (inventei este nome agora), era um grande azelha como agricultor, ou então o seu terreno era mau, o certo é que as culturas eram sempre um desastre. O homem estava bem magrinho, coitado. Em compensação, esmerava-se nas outras coisas, não entrava água no seu telhado, as suas foices eram excelentes, as rodas da sua carroça nunca se partiam, etc. Mas as couves... Um dia teve mesmo de ir pedir comida aos outros, já não dava para aguentar tanta fomeca.
Um vizinho propôs-lhe então o seguinte: dar-lhe-ia couves em troca de uma foice nova! Dito e feito! Outro vizinho surgiu logo com nova proposta: um coelho pelo arranjo do telhado!
E assim o nosso agricultor desastrado ganhou uma nova vida. A agricultura, esqueceu-a. A sua actividade era fornecer os vizinhos de todo o tipo de objectos – foices, mochos, carroças, arados, etc.. E assim ganhava a sua comida.

Mas surgiram problemas: a comida tem as suas épocas, as necessidade de objectos outra; a comida que um vizinho tinha para lhe fornecer não era a que ele queria mas sim a de outro vizinho! Então inventaram um sistema, uns objectos a que chamaram «dinheiro» e que serviam de vale – ele fornecia uma foice a troco de uma certa quantidade de dinheiro que depois trocaria, com esse vizinho ou outro, pelo produto alimentar desejado.

Não era preciso muito dinheiro. Entregava uma foice, recebia dinheiro, que trocava por comida; entregava outra foice, recebia outra vez o dinheiro, voltava a comprar mais comida.
O total de comida que ele conseguia tinha a ver não com a quantidade de dinheiro mas com a velocidade com que circulava, com o fluxo de dinheiro.

Ahh, já estou a perceber porque é que podemos ficar todos mais ricos sem aumentar a quantidade de dinheiro: o que tem de aumentar é a circulação de dinheiro!! O Fluxo monetário é que interessa!!!
Então, para ficarmos todos mais ricos, o que há a fazer é aumentar a produção / consumo. Daí as teorias económicas como a da «
Oxidação do dinheiro». Deixa-me lá voltar à história para ver o que isto dá.


Então, o Loulel pensou: se eles cultivarem mais terreno vão produzir mais comida e vão precisar de mais foices e arados; se eu produzir mais e os convencer a trabalharem mais, vou ter mais comida! O magricelas do Loulel tinha-se transformado num grande comilão...
E assim foi: o Loulel teve artes de levar os outros a entrarem em competição, a ver quem produzia mais; quanto mais produziam, mais foices e arados o Loulel vendia.

Surge um problema: precisam de arados mas só poderão pagar com a colheita futura. Arranja-se uma solução: cria-se um «banco», onde cada um põe uma pequena quantidade de dinheiro; esse banco empresta então dinheiro a quem precisar para comprar arados ou foices, que depois devolverá ao banco quando fizer a sua colheita e a vender ao Loulel – com uma pequena taxa, bem entendido, é preciso pagar ao Tinol que, para tomar conta do Banco, teve de desistir da agricultura.

E outra nova ideia! Em vez de cada agricultor negociar individualmente a venda dos seus produtos, porque não fazer com os alimentos o mesmo que com o dinheiro? Criaram uma cooperativa que centralizava a compra e venda de alimentos. Mas isso teve uma consequência de que os agricultores não se aperceberam: na hora de vender à cooperativa, todos queriam o preço mais alto; mas na hora de comprar, agricultores e não-agricultores queriam o preço mais baixo. Em consequência, a tendência dos preços foi para baixar. Isso não preocupou os agricultores a princípio porque a produção estava a crescer com os novos meios que o Loulel ia produzindo.

(estou a perceber-me... nós queremos pagar o mínimo possível à empregada e, ao fazê-lo, estamos a fomentar o mecanismo que faz com que o nosso empregador nos pague o mínimo possível)

O Loulel, inteligente como é, desenvolve métodos de produção em série, que permitem que o produto saia muito mais barato e satisfaça a crescente procura. O Loulel produz, produz, mas então surge um problema: a produção dos agricultores não pode crescer indefinidamente, as pessoas só têm um estomago, não é? Mas os preços continuavam a descer e o rendimento em queda dos agricultores não lhe permitia comprar ao ritmo que o Loulel produzia, a produção em série tem esta limitação, não dá para produzir pouco, o Loulel estava a produzir para o armazém.

Bem, isto está um bocadinho forçado mas serve para representar a grande depressão americana dos anos 20 e 30 – os ordenados dos trabalhadores não lhes dava poder de compra para consumir a grande produção das fábricas. A crise instalou-se porque o fluxo monetário ficou estrangulado nos trabalhadores.

Para escapar ao desastre e escoar a sua produção, o Loulel tomou duas medidas: passou a pagar mais pela comida, para recuperar o poder de compra dos seus clientes, e globalizou a sua actividade, passou a fornecer também os agricultores doutras zonas – uma óptima ideia para a Loulel e para os outros agricultores, que ganharam acesso a equipamentos que muito lhes aumentavam a produção de alimentos. Os agricultores do início desta história também passaram a vender para outros mercados e puderam assim aumentar a produção.

A carteira de clientes do Loulel cresce novamente. Para evitar saturar o mercado, o Loulel vai introduzindo novos produtos e vai introduzindo novos modelos de arados e foices, mais sofisticados e mais caros, naturalmente. Os agricultores são estimulados a aderirem aos novos produtos. Não tem ainda uma mesa de cabeceira? Que vergonha!! ? Mochos em vez de cadeiras? O seu arado é do modelo básico? O seu trator não tem GPS? Tschh tschhh...

A competição entre agricultores deixa de ser entre quem produz mais mas entre quem tem mais. Quem consome mais, porque o Loulel está sempre a sair com novos modelos para todos os seus produtos, o que torna os anteriores obsoletos «socialmente». Os empréstimos do banco deixam de ser amortizados, pois se se pode apenas pagar os juros, para quê amortizar? O próprio Loulel já nem vende a «pronto», apenas a «crédito», a etiqueta que dantes anunciava o preço do produto anuncia agora apenas o valor da prestação. Que interessa o preço? A prestação é que interessa...

Os agricultores compram, compram; e, às tantas, tudo o que produzem só chega para pagar as prestações, já não podem comprar mais nada! Alguns nem percebem como chegaram a essa situação, pois viviam ainda na ilusão de que os seus rendimentos continuariam a crescer no futuro como cresceram no passado. Já não crescem, a globalização já deu o que tinha a dar. Mas o certo é que essa situação é uma tragédia, o Loulel já não poderia vender nada, o fluxo monetário pararia, regressariam à miséria inicial. Mas todo o problema tem solução, não é? Então o banco surge com uma solução – todas as dívidas são integradas numa só, a coberto da hipoteca da casa; como a casa é um bem duradouro, a amortização do empréstimo fica para as calendas e os agricultores, agora designados por «as famílias», uma nova designação para «povo», passam a pagar só juros do empréstimo!!! Que o empréstimo seja um pouco maior que o valor da casa não impressiona, o negócio dos juros mais do que cobre o risco associado.

Folga para mais compras. O Loulel a produzir mais produtos irresistíveis,que muito facilitam a alegram a vida das famílias. Rapidamente, a folga financeira conseguida com a renegociação dos créditos se esgota. As «famílias» não têm dinheiro para mais créditos. Deixam de comprar. O Loulel começa a fazer «promoções». As famílias não compram, ele não vende. Isto vai mal. O preço das casas cai, não há quem compre. Drama. Uma solução surge no horizonte: se as casas agora já só valem metade da hipoteca que têm em cima, entrega-se a casa ao banco e parte-se para outra, que só custa metade da dívida! Aí os bancos tremem. Contraproposta desesperada – um período de carência em que as pessoas só pagam uma renda pela casa, menos que o juro da dívida, algo como o juro que teriam de pagar por um empréstimo do valor actual da casa.

Mas a crise está instalada: as «famílias» reduzem drasticamente as compras. Os «Loulel» não escoam os produtos. As empresas fabricantes quebram lucros. As acções na bolsa desvalorizam. Tudo porque o fluxo monetário se reduziu. É preciso aumentar o fluxo monetário de novo. Os governos injectam dinheiro no sistema.

Hummm... não está mal a descrição... a causa da confusão é o estrangulamento do fluxo monetário nas «famílias». No fundo, o mesmo que já aconteceu na grande depressão... só que agora o aparecimento do crédito permitiu ir disfarçando e adiando a crise... o problema não estará, portanto, no crédito, está na real diminuição de rendimento de 90% das pessoas. Que, como já referi, aqui e aqui, é uma consequência fatal do facto de os 10% mais ricos dominarem muito mais de 50% do fluxo monetário e terem um crescimento muito superior ao PIB.

Será uma característica do Capitalismo? O Capitalismo será um sistema óptimo quando se parte de uma situação de igualdade mas conduz fatalmente a uma desigualdade crescente que acaba por o estrangular?

Hummm... a Revolução Francesa aconteceu porque a desigualdade era enorme... a monarquia acabou em Portugal quando a miséria do povo bateu no fundo... não, o crescimento da desigualdade não é uma característica do Capitalismo, é uma tendencia sistemática das sociedades humanas.

É essa tendência que o Socialismo pretende contrariar. O problema é que o Socialismo, como teoria económica, ainda tem de ser inventado (o que existe é a definição de funções sociais do Estado e um teoria de actividades planificadas, não é uma teoria económica; os países nórdicos têm alguma coisa mas funciona só em espaços fechados, o que é uma limitação importante). Como construir um sistema económico que se inicia numa sociedade desigual e produza crescimento sem aumentar a desigualdade média, pelo contrário?

Mas, reparo agora, em recessão estou eu há vários anos – o meu rendimento líquido só tem diminuído. Na verdade, 90% das pessoas do mundo ocidental estão a perder rendimento, em média, há vários anos. Muitos anos. Nos EUA, desde 2000 que o ordenado médio diminui. Quem pode ser afectado pela «crise» são os 10% mais ricos. Claro, isso já se sabia, a sua riqueza não podia continuar a crescer várias vezes acima do PIB! Então a recessão é para os ricos, para os outros significa que o seu rendimento terá de aumentar para repôr o fluxo monetário necessário ao funcionamento do Capitalismo! Viva a Recessão!!

E por que é que o PIB tem de crescer indefinidamente? Vamos trabalhar mais para produzir mais coisas para ganharmos mais dinheiro para comprarmos mais coisas? Que coisas? Que tal comprarmos TEMPO para variar? Menos horas de trabalho, mais tempo para pensar, para conviver, para estar vivo simplesmente? Os japoneses não estão em recessão há uma data de anos e não são o povo com a esperança de vida mais alta?

Hummm.... deve ter sido isso que os americanos pensaram quando escolheram o Obama... e eu preocupado com a «recessão»!! Ora bolas! A Recessão só significa que as coisas vão melhorar!!!

E o problema está nesta questão: Como construir um sistema económico que se inicie numa sociedade desigual e produza crescimento sem aumentar a desigualdade média, pelo contrário?